Torcicolo ocular é uma condição caracterizada pela posição anormal da cabeça com algum grau de torção do pescoço. Nesses casos, a pessoa entorta a cabeça para enxergar melhor.
Normalmente, o torcicolo ocular é uma manifestação de doenças que alteram o alinhamento do eixo ocular, como nistagmo e estrabismo.
Um pouco mais sobre o torcicolo ocular
A postura anormal da cabeça, o torcicolo, é uma manifestação frequente na infância. Porém, há diversos tipos de torcicolo, sendo o ocular o mais prevalente com uma incidência de 5,6%.
Segundo Dra. Marcela Barreira, oftalmopediatra especialista em estrabismo, a postura anormal da cabeça é adotada para melhorar a acuidade visual, eliminar a visão dupla ou centralizar o campo visual residual. “Em muitos casos o torcicolo pode ser um dos primeiros sinais de problemas no alinhamento visual. Por isso, os pais precisam estar atentos a esse sintoma e procurar um médico”.
Torcicolo ocular: O que pode levar a criança a entortar a cabeça para enxergar melhor?
1- Nistagmo
Uma das causas mais frequentes do torcicolo ocular é o nistagmo, doença que provoca tremores rítmicos e movimentos incontroláveis nos olhos.
“Os movimentos anormais da cabeça no nistagmo são chamados de posições de bloqueio. Os tremores e os movimentos causados pelo nistagmo podem piorar ou melhorar dependendo da posição da cabeça. Quando a criança percebe isso, ela pode entortar a cabeça para conseguir enxergar melhor”, comenta Dra. Marcela.
2- Estrabismo Paralítico
O estrabismo também pode levar à criança a entortar a cabeça para ver melhor. Já nos adultos, o torcicolo costuma ser uma estratégia para eliminar a visão dupla. O torcicolo é a característica mais marcante do estrabismo paralítico, causado por problemas nos nervos cranianos.
“Nesse estrabismo o desvio ocorre na vertical para baixo e não é tão evidente. Por isso, é uma condição que pode passar despercebida pelos pais. Mas, em quase todos os casos a criança começa a entortar a cabeça para o lado, repetidamente, para conseguir enxergar”, aponta a especialista.
3- Síndrome de Duane
A Síndrome de Duane é uma doença congênita rara que afeta a musculatura ocular e a movimentação dos olhos. A síndrome faz com que alguns músculos que controlam o globo ocular se contraiam quando não deveriam, o que leva a problemas de visão e à movimentação irregular dos olhos.
Na síndrome de Duane o torcicolo também é usado para compensar o déficit na movimentação dos olhos e melhorar a acuidade visual.
4- Ptose Palpebral Congênita
A ptose palpebral congênita é uma condição em que a criança nasce com a pálpebra abaixo do nível normal, ou seja, caída. Como a criança não consegue manter a pálpebra aberta, ela pode inclinar a cabeça para trás para conseguir enxergar melhor.
5- Torcicolo ocular: Como é o tratamento?
Vale reforçar que o torcicolo ocular não é uma doença, mas sim uma manifestação de outras condições que afetam a visão.
“Dessa maneira, a melhora do torcicolo está condicionada ao tratamento da condição primária. Na maioria dos casos a cirurgia de correção do desvio ocular ajuda a eliminar as posições anormais da cabeça no estrabismo, nistagmo e síndrome de Duane. No caso da ptose congênita, é possível corrigir a queda da pálpebra por meio de uma cirurgia plástica e isso resolve a necessidade de entortar a cabeça para enxergar melhor”, relata Dra. Marcela.
Tratamento é essencial para prevenir problemas musculares
Além dos prejuízos visuais, o tratamento da condição que causou o torcicolo é fundamental. “A inclinação constante da cabeça na infância pode causar contratura permanente do músculo esternocleidomastóideo. Esse músculo é responsável por diversos movimentos da cabeça, além de auxiliar na respiração. O torcicolo também pode causar alterações importantes na postura que por sua vez podem levar a outros problemas musculoesqueléticos”, finaliza a oftalmopediatra.
Dra. Marcela Barreira é neuroftalmologista, é oftalmopediatra e especialista em estrabismo.
A médica atende em seu consultório em São Paulo, na região dos Jardins.
Para mais informações, ligue para (11) 3266-2768
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