Retinoblastoma é câncer ocular mais comum na infância

Retinoblastoma é câncer ocular mais comum na infância

Retinoblastoma é um câncer ocular que afeta 1 em cada 17 mil bebês nascidos vivos

O retinoblastoma é o câncer ocular mais prevalente na infância. A incidência do tumor é de aproximadamente 1 em cada 17 mil nascidos vivos, com aproximadamente 8 mil novos casos diagnosticados a cada ano, em todo o mundo. O retinoblastoma é causado por uma mutação genética que leva ao crescimento desordenado das células da retina.

Em cerca de 60 a 70% dos casos, o retinoblastoma é esporádico, ou seja, a célula sofre uma mutação genética e causa uma proliferação celular descontrolada. Geralmente, mutações esporádicas afetam crianças com mais de um ano de idade.

No restante dos casos, o retinoblastoma é hereditário. A criança herda de um dos pais uma mutação num gene chamado de RB1. Este gene está presente em todas as células do corpo humano. Em alguns casos, a mutação pode ser nova, mas será transmitida para os descendentes da família. Este tipo de retinoblastoma acomete em crianças acima de um ano de idade.

Reflexo esbranquiçado é principal sintoma do retinoblastoma

Segundo Dra. Marcela Barreira, oftalmopediatra especialista em estrabismo, o sinal mais conhecido e comum do retinoblastoma é o reflexo esbranquiçado no olho. “A leucocoria está presente em 60% dos casos, sendo a primeira manifestação visível da doença. O estrabismo também é um sintoma comum, presente em 20% dos casos”.

“A leucocoria ocorre quando há presença de um reflexo amarelado ou esbranquiçado no olho da criança. O normal é o reflexo ser vermelho, como ocorre em algumas fotos. Portanto, caso os pais notem tons de branco ou amarelo nos olhos das crianças, a recomendação é procurar um oftalmopediatra assim que possível”, ressalta a especialista.

Retinoblastoma é um câncer ocular grave?

“A gravidade do tumor está relacionada à região em que ele se encontra. A retina, chamada de fundo de olho, é responsável por captar as imagens e enviá-las para o cérebro por meio do nervo óptico. Portanto, é uma estrutura vital para a visão. Outro ponto é que o tumor pode se espalhar, ou seja, causar metástases em outras partes do corpo, como medula óssea, crânio e ossos”, explica Dra. Marcela.

Mas as metástases dependem do quanto avançado está o retinoblastoma, entre outros fatores. De qualquer forma, a chance de disseminação do tumor é de 10 a 15%. A taxa de sobrevivência após o diagnóstico é superior a 95% nos países mais desenvolvidos. Infelizmente, em países em desenvolvimento a taxa é menor.

“Independentemente das estatísticas, o mais importante é disseminar as informações sobre o retinoblastoma para alertar os pais sobre os sinais e sintomas, além de orientá-los a procurar um oftalmologista infantil assim que possível”, alerta Dra. Marcela.

De olho nos olhinhos

Nos dias 16 e 17 de setembro ocorreu a campanha “De olho nos olhinhos”. A iniciativa foi do jornalista Thiago Leifert e de sua esposa, Daiana Garbin.

“A filha do casal recebeu o diagnóstico de retinoblastoma em janeiro de 2022. Portanto, são pais que entenderam a importância dos cuidados com a saúde visual na infância e transformaram um momento difícil na vida deles em uma ocasião para ajudar outros pais”, comenta Dra. Marcela.

Diagnóstico e tratamento precoces são essenciais para um bom prognóstico

O diagnóstico precoce do retinoblastoma pode fazer toda a diferença no desfecho da doença. Em outras palavras, quanto antes o tumor for tratado, menos agressivo será o tratamento. Outro benefício é prevenir as metástases.

Hoje, a quimioterapia é o tratamento mais usado no combate ao retinoblastoma. A medicação pode ser administrada via oral o ainda por meio de um cateter que injeta o medicamento diretamente no olho.

“Em casos muito avançados do retinoblastoma, pode ser necessário remover totalmente o globo ocular. Esta é a última opção de tratamento, mas em muitos casos é a única maneira de controlar o tumor e evitar a disseminação para outras partes do corpo”, diz Dra. Marcela.

Prevenção

O retinoblastoma é causado por uma mutação genética. Portanto, não há como prevenir seu desenvolvimento. Mas, crianças com história familiar da doença precisam ser acompanhadas desde cedo por um oftalmopediatra. Existem testes genéticos que podem ser feitos para confirmar ou descartar a mutação.

O aconselhamento genético para famílias com retinoblastoma pode ajudar a determinar o risco para os futuros descendentes e se outros membros da família correm risco de desenvolver a doença.

“Quando não há histórico familiar, a recomendação é levar o bebê em seu primeiro ano de vida para uma consulta oftalmológica de rotina. Há outros problemas oculares que podem ocorrer na infância que também precisam de intervenção precoce para assegurar uma boa visão”, finaliza Dra. Marcela.

Dra. Marcela Barreira é neuroftalmologista, é oftalmopediatra e especialista em estrabismo. 

 O consultório fica em São Paulo, na região dos Jardins.

Para mais informações, ligue para (11) 3266-2768

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