Pandemia contribuiu para a progressão da miopia em crianças e adolescentes, aponta estudo

Pandemia contribuiu para a progressão da miopia em crianças e adolescentes, aponta estudo

A progressão da miopia pode ser grave e a ameaçar a visão

Aumento do grau da miopia está associado a um risco maior de desenvolver condições oculares potencialmente graves, como o glaucoma

As taxas de progressão da miopia foram maiores durante o período de confinamento da pandemia, quando comparadas aos períodos anteriores. Essa foi a conclusão de um estudo, publicado no Journal American Association for Pediatric Ophthalmology and Strabismus (AAPOS).

Não é novidade que a miopia é considerada uma epidemia, já que a sua prevalência tem aumentado de maneira assustadora em todo o mundo. Hoje, a miopia afeta de 35 a 40% da população. Estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que em 2050, quase metade das pessoas será míope.

O aumento dos casos de miopia está relacionado a dois fatores principais: o uso excessivo de telas e a redução do tempo gasto em atividades ao ar livre. E foi justamente devido a esses aspectos que 60% das crianças e adolescentes apresentaram aumento do grau da miopia entre 2020 e 2021.

Progressão da miopia pode ser grave

De acordo com Dra. Marcela Barreira, oftalmopediatra especialista em estrabismo, estudos preliminares já apontavam a relação do confinamento com a progressão da miopia, bem como com o surgimento de novos casos da condição.

“Os fatores de risco, como o excesso de uso dos dispositivos eletrônicos e à redução do tempo gasto ao ar livre são bem documentados pelos estudos como causas da miopia. Portanto, era algo que esperávamos que fosse ocorrer frente à necessidade do isolamento social”, relata

“Felizmente, estamos caminhando para um momento mais tranquilo da pandemia, com a volta de praticamente todas as atividades, inclusive das aulas presenciais. Portanto, o mais importante é que os pais levem os filhos ao oftalmologista. A consulta é essencial para verificar se a criança desenvolveu a miopia ou ainda para checar se houve aumento do grau”, reforça Dra. Marcela.

Riscos da progressão da miopia

Ao longo dos anos, algumas pessoas podem ter uma progressão do grau da miopia. Dependendo da variação, há um aumento do risco de desenvolver doenças oculares, que podem ser potencialmente graves para a visão.

“A maioria dos casos de miopia são leves. Porém, a partir de 3,00 D, é preciso ficar atento. Entre 3,25 a 4,75 D é classificada como miopia moderada. Acima de 5,00 D, é considerada alta miopia. A miopia moderada e, principalmente, a alta são consideradas com um fator de risco para complicações oculares, que podem causar perda da acuidade visual”, aponta Dra. Marcela.

“A miopia aumenta o risco de desenvolver a catarata mais precocemente, Também aumenta o risco do descolamento de retina e do glaucoma. Em todos os casos, quanto maior o grau da miopia, maior a probabilidade das complicações”, afirma a especialista.

Segundo estudos, quem é míope tem um risco de 2 a 3 vezes maior de desenvolver glaucoma do que os não míopes. Estima-se ainda que cerca de 55% dos casos de descolamento de retina (sem relação com trauma ocular), por exemplo, são causados pela miopia.

As pessoas costumam não dar muita atenção para a saúde oftalmológica. Contudo, os cuidados preventivos devem começar desde cedo. O teste do olhinho, isoladamente, não é suficiente para diagnosticar doenças oculares na infância.

“Por isso, a recomendação hoje é levar o bebê em seu primeiro ano de vida a um oftalmopediatra. Inclusive, é possível detectar a miopia nessa consulta e tratá-la para evitar danos à visão no futuro”, finaliza Dra. Marcela.

Vale ressaltar que quem tem miopia, mesmo que a leve, precisa fazer consultas periódicas ao longo da vida para avaliação da mudança de grau. Além disso, praticamente todas as pessoas com miopia apresentam também o astigmatismo.

Dra. Marcela Barreira é oftalmopediatra, especialista em estrabismo.

A médica atende em sua clínica nos Jardins, na cidade de São Paulo.

Para mais informações, ligue para (11) 3266-2768.

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