Problemas visuais na infância aumentam risco de depressão e ansiedade

Problemas visuais na infância aumentam risco de depressão e ansiedade

Entre os problemas visuais mais comuns está o estrabismo, apontado no estudo como um dos principais fatores de risco para o aparecimento de sintomas de depressão e ansiedade na infância

Estima-se que mais de 19 milhões de crianças com menos de 14 anos têm algum problema visual em todo o mundo.

Os problemas visuais como miopia e estrabismo na infância aumentam a chance de a criança desenvolver depressão e ansiedade. Essa foi a conclusão de um estudo publicado na revista Ophthalmology. A pesquisa foi patrocinada pela Orbis International, entidade sem fins lucrativos em prol da prevenção das cegueiras evitáveis.

Uma das hipóteses do estudo é que as crianças com problemas visuais podem participar menos de atividades físicas, apresentar problemas de aprendizagem e ter mais dificuldades nos contatos sociais.

Além disso, como o estrabismo é algo aparente, pode submeter a criança ao bullying e prejudicar sua autoestima. A criança se sente menos confiante e pode ter a sensação de ser rejeitada pelos colegas.

O mesmo estudo apontou que as crianças que foram submetidas à cirurgia de correção do estrabismo apresentaram melhora nos sintomas da depressão e ansiedade. Outras pesquisas ao longo dos anos já haviam associado o procedimento à melhora dos aspectos psicossociais.

Mais pesquisas são necessárias

Segundo Dra. Marcela Barreira, oftalmopediatra especialista em estrabismo, esse estudo é muito importante para ajudar a melhorar a compreensão da ligação entre os problemas visuais na infância com a saúde mental das crianças, área que ainda carece de mais pesquisas em sua opinião.

“Contudo, o mais importante é sabermos que a maioria das condições e doenças oculares podem ser resolvidas. Os erros refrativos como miopia, astigmatismo e hipermetropia são facilmente corrigidos com óculos de grau. Já o estrabismo é tratado com a cirurgia de correção do desvio ocular, exceto quando o desalinhamento é gerado pela hipermetropia. Nesses casos, o tratamento é o uso de lentes corretivas”, reforça Dra. Marcela.

Estrabismo não é questão estética

Curiosamente, em muitos países a cirurgia de estrabismo é considerada estética. Por isso, não é coberta pelos seguros de saúde e impede que as crianças provenientes de famílias de baixa renda sejam tratadas.

Apesar de o Brasil reconhecer a cirurgia de estrabismo como corretiva e ter sua cobertura garantida pelos planos de saúde, o acesso ao procedimento ainda não é tão amplo na rede pública de saúde.

O estrabismo é uma condição que surge na infância, na maioria dos casos. Como o desenvolvimento visual ocorre entre o nascimento até por volta dos 7 anos, qualquer alteração na visão nessa fase pode comprometer o sistema ocular. O estrabismo não tratado pode causar a perda da visão binocular, responsável por vermos em profundidade e em 3D.

“A melhor maneira de cuida da saúde visual das crianças é levar o bebê em seu primeiro ano de vida a um oftalmopediatra. Nessa consulta é possível diagnosticar erros refrativos, estrabismo e outras condições visuais que podem ser tratadas ainda na infância. Vale ressaltar que assim que a criança entra na fase pré-escolar, o exame oftalmológico é ainda mais importante para prevenir dificuldades escolares e problemas de aprendizagem”, finaliza Dra. Marcela.

Dra. Marcela Barreira é neuroftalmologista, é oftalmopediatra e especialista em estrabismo.

 A médica atende em seu consultório em São Paulo, na região dos Jardins, bem como realiza alguns atendimentos nas cidades do Rio de Janeiro e Sorocaba.

Para mais informações, ligue para (11) 3266-2768

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