As opções de tratamento do estrabismo podem variar, de acordo com o tipo de estrabismo. Na maioria dos casos, o tratamento é feito com a correção cirúrgica do desalinhamento visual.
Mas, existe um tipo de estrabismo que não tem indicação cirúrgica. Trata-se do estrabismo acomodativo, causado pela hipermetropia. Este erro refrativo afeta a visão de perto. Neste casos, a criança acaba fazendo um esforço visual para conseguir enxergar de perto e isto leva ao desalinhamento dos olhos. O uso de lentes corretivas é suficiente sanar o desvio.
Por fim, o tratamento do estrabismo também pode ser feito com a toxina botulínica. Contudo, há indicações bastante específicas.
Atualmente, a principal indicação é para os casos de estrabismo do VI Nervo Craniano. Também pode ser um dos recursos para corrigir os estrabismos convergentes (olho para dentro) de pequeno e médio ângulos.
Opções de tratamento do estrabismo – Correção Cirúrgica
Para além das opções de tratamento do estrabismo, é fundamental esclarecer que tratar o estrabismo é essencial para assegurar uma bom desenvolvimento visual. Segundo Dra. Marcela Barreira, oftalmopediatra especialista em estrabismo, a condição se desenvolve na infância e pode afetar de 2 a 3% das crianças.
“Um dos principais entraves para o diagnóstico e tratamento precoces do estrabismo é o mito de que o desvio do olho é meramente estético. O problema é que a visão se desenvolve na infância, desde o nascimento até os 7 anos. Portanto, doenças e condições oculares podem causar problemas visuais e afetar o desenvolvimento visual”, explica.
A ambliopia, mais conhecida como olho preguiçoso, é uma dos principais problemas relacionados ao estrabismo. Estima-se que metade dos casos de ambliopia ocorre em crianças com desalinhamento do eixo visual. Quando não tratado, o olho preguiçoso pode levar à perda da visão binocular.
Toxina botulínica é uma das opções de tratamento do estrabismo
“Quando há indicação, a toxina botulínica pode ser usada para alinhar o eixo visual. A aplicação é feita diretamente nos grupos musculares responsáveis pelos desvios. A principal desvantagem é que em alguns casos será preciso fazer mais de uma aplicação. Também temos pacientes que não respondem ao efeito da substância”, explica Dra. Marcela.
“Precisamos lembrar também que a aplicação da toxina botulínica em crianças requer anestesia geral. E se existe a possibilidade de uma dose adicional, seria necessário submeter a criança a mais de uma anestesia geral. Por fim, alguns estudos demonstraram que a resposta da toxina botulínica nos estrabismos mais acentuados é insatisfatória”, adiciona a especialista.
Uso de óculos é o tratamento padrão para corrigir o estrabismo acomodativo
O estrabismo acomodativo é causado por graus mais altos de hipermetropia. Trata-se do erro refrativo que afeta a visão de perto. “Como a criança não consegue enxergar muito bem de perto, acaba fazendo um esforço visual maior e isso leva ao desvio do olho. O estrabismo acomodativo é convergente, em que o desalinhamento do eixo visual ocorre em direção ao nariz”, comenta Dra. Marcela.
Como você viu, há algumas opções de tratamento do estrabismo. Contudo, a correção cirúrgica é o tratamento com melhores resultados e que é indicado para a maior parte dos casos de estrabismo, exceto para o estrabismo acomodativo.
Por fim, a escolha dentre as opções de tratamento do estrabismo é feita pelo médico. “O mais importante é que os pais, ao notarem que a criança desvia o olho, a levem para uma consulta com um oftalmopediatra especialista em estrabismo”, finaliza Dra. Marcela.
Dra. Marcela Barreira é neuroftalmologista, é oftalmopediatra e especialista em estrabismo.
O consultório fica em São Paulo, na região dos Jardins.
Para mais informações, ligue para (11) 3266-2768
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