Oftalmopatia de Graves: O que é? Quais os sinais? Tem tratamento?

Oftalmopatia de Graves: O que é? Quais os sinais? Tem tratamento?

A oftalmopatia de Graves atinge até 30% das pessoas com a Doença de Graves, principal tipo de hipertireoidismo

Você já deve ter ouvido falar no hipertireoidismo, doença que faz com que a glândula tireoide funcione em excesso. O que talvez você não saiba é a doença de Graves é a forma mais comum de hipertireoidismo e pode afetar entre de 2% a 3% da população, em geral. Uma das consequências da condição é o deslocamento do olho para fora, chamada de proptose, popularmente conhecida como “olho esbugalhado”.

A doença de Graves é uma patologia autoimune, sendo o principal tipo de hipertireoidismo. A condição ocorre quando o sistema imunológico ataca a glândula tireoide, sinalizando que é preciso aumentar a produção dos hormônios tireoidianos de forma anormal. A partir disso, surgem os sinais e sintomas, entre eles a oftalmopatia de Graves.

Entre 25% e 50% dos pacientes com doença de Graves desenvolvem a oftalmopatia. A condição pode trazer séries consequências para a visão, bem como costuma piorar a qualidade de vida de forma global.

Olho saltado é o principal sinal da Oftalmopatia de Graves

Segundo Dra. Marcela Barreira, oftalmologista e neuroftalmologista, a principal manifestação da oftalmopatia de Graves é a proptose do globo ocular, também chamada de exoftalmia. “O globo ocular salta para frente da órbita. Isso ocorre devido ao aumento dos músculos oculares ou ainda pelo depósito anormal de gordura atrás da órbita ocular”.

“Ao pensarmos na anatomia da órbita ocular, precisamos entender que se trata de uma área óssea. Assim, ela não tem a capacidade de se distender. Portanto, o aumento da gordura ou dos músculos na região acaba levando o globo ocular para frente, dando a impressão do olho estar saltado”, diz a especialista.

Visão dupla

O inchaço dos músculos oculares pode prejudicar a motilidade dos olhos. A partir disso, a pessoa começa a enxergar as imagens duplicadas, condição chamada de diplopia ou, simplesmente, visão dupla. “Outra consequência que ameaça a visão é a compressão do nervo óptico devido ao inchaço do globo ocular. Dessa maneira, a pessoa pode ter perdas visuais importantes”, alerta Dra. Marcela. 

Apesar da doença de Graves ser o principal fator de risco para a proptose do globo ocular, o estresse e o tabagismo também podem desencadear o problema. O fumo, inclusive, pode agravar o quadro e impedir a resposta ao tratamento da oftalmopatia de Graves.

Há outros sintomas que podem ocorrer, além do olho saltado, como sensação de peso ou desconforto atrás do olho, olho seco e lacrimejamento.

Diagnóstico da Oftalmopatia de Graves

 Quando uma pessoa já tem o diagnóstico da doença de Graves, é importante ficar atenta aos surgimentos dos sintomas oculares. Além disso, o ideal é fazer um acompanhamento regular, preferencialmente com um neuroftalmologista, devido ao risco de envolvimento do nervo óptico.

Contudo, estudos mostram que os sintomas oculares podem preceder o desenvolvimento de doenças na tireoide. “O diagnóstico envolve tanto o exame clínico, quanto exames laboratoriais e de imagem. Já o tratamento depende de muitos fatores e é feito de maneira individualizada”, comenta Dra. Marcela.

O tratamento da oftalmopatia de Graves passa, em primeiro lugar, pelo tratamento da doença de base, ou seja, do hipertireoidismo, Contudo, isso não assegura a melhora dos sintomas oculares. Outro ponto é que o tratamento varia de acordo com a fase da doença.

Nos casos moderados a graves, o tratamento é, essencialmente, cirúrgico para corrigir as deformidades da órbita ocular, para corrigir o estrabismo e a retração palpebral.

Dra. Marcela Barreira é neuroftalmologista, além de oftalmopediatra e especialista em estrabismo. A médica realiza tanto o diagnóstico como o tratamento da diplopia.

 A médica atende em seu consultório em São Paulo, na região dos Jardins. Além disso, é Chefe do Setor de Neuroftalmologia do Banco de Olhos de Sorocaba (BOS), bem como realiza alguns atendimentos na cidade do Rio de Janeiro.

Para mais informações, ligue para (11) 3266-2768

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