O pseudoestrabismo não é uma doença, mas sim uma percepção de que o olho está desalinhado, quando na verdade não está. A falsa impressão do desvio ocular é muitas vezes mais perceptível em fotografias e quando a criança vira ligeiramente a cabeça ou olha em um ângulo específico.
Segundo Dra. Marcela Barreira, oftalmopediatra especialista em estrabismo, uma das principais causas do pseudoestrabismo é o epicanto. “Trata-se de uma condição em que a pele das pálpebras cobre a parte branco do olho, na região perto do nariz (prega nasal). Esta cobertura do canto interno do olho dá a impressão de que a criança tem estrabismo”.
“Embora o epicanto seja a causa mais comum do pseudoestrabismo, a falsa impressão de desalinhamento do eixo ocular também pode ser causada por uma distância grande ou estreita entre os olhos. Uma causa mais rara é a heterocromia, condição em que a pessoa nasce com um olho de cada cor”, explica a médica.
O que causa o epicanto?
O epicanto tem origem no desenvolvimento excessivo da pele na prega nasal, ou seja, no canto interno do olho, próximo ao nariz. Geralmente, o epicanto é bilateral. Vale ressaltar que existem vários tipos de epicanto, sendo que alguns podem estar relacionados a outras condições como blefarofimose, ptose palpebral ou ainda à síndrome de Down.
Outra curiosidade é que o epicanto é muito comum nas populações asiáticas, como japoneses, chineses e coreanos. “A maioria dos casos de epicanto é leve e se resolve espontaneamente ao longo do crescimento. Contudo, há casos moderados a graves, em que a pele cobre uma parte importante do olho”, conta a oftalmopediatra.
Pseudoestrabismo não necessita de tratamento, na maior parte dos casos
“A correção cirúrgica raramente é necessária. Os casos leves de epicanto são temporários, sendo que as dobras desaparecem com o desenvolvimento do nariz e dos ossos faciais. A recomendação é realizar o acompanhamento clínico até o desenvolvimento completo da face, caso nenhuma outra anormalidade palpebral esteja presente”, aponta Dra. Marcela.
Portanto, na medida em que a criança cresce, o pseudoestrabismo melhora e a falsa percepção de desalinhamento do eixo ocular fica menos perceptível.
Avaliação precoce do pseudoestrabismo é importante
Apesar do pseudoestrabismo não ser uma condição que requer tratamento, uma consulta oftalmológica de rotina deve fazer parte dos cuidados com o bebê em seu primeiro ano de vida. “O desvio do eixo ocular é normal até por volta dos 4 meses. Após este período, o desalinhamento pode indicar que a criança tem estrabismo. Portanto, é sempre importante levar o bebê para uma avaliação”, alerta Dra. Marcela.
“Durante a consulta, por exemplo, caso o bebê tenha o epicanto, o oftalmologista infantil pode detectar e deixar os pais tranquilos. Por outro lado, caso o bebê apresente o estrabismo, é uma ótima chance de detectar e tratar de forma precoce”, finaliza a médica.
Dra. Marcela Barreira é neuroftalmologista, é oftalmopediatra e especialista em estrabismo.
O consultório fica em São Paulo, na região dos Jardins.
Para mais informações, ligue para (11) 3266-2768
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