O que é estrabismo paralítico? Causa, sintomas e tratamento

O que é estrabismo paralítico? Causa, sintomas e tratamento

O estrabismo paralítico é aquele em que o desvio do olho acontece quando existe alguma alteração nos nervos que conectam a cabeça ao cérebro. Embora o nervo óptico seja o mais importante para a visão, o sistema visual também depende do bom funcionamento de outros nervos cranianos.

Segundo a oftalmopediatra Dra. Marcela Barreira, especializada e estrabismo e em neuroftalmologia, o nervo óptico é o II nervo craniano. “Este nervo é responsável por enviar as informações captadas pelos olhos para o cérebro, sendo crucial para a visão. Temos também o nervo oculomotor, chamado de III nervo craniano, que participa de funções motoras como movimentação dos olhos, abertura e fechamento das pálpebras, dilatação e contração das pupilas e cristalino”.

O IV e o VI são nervos cranianos que também participam dos movimentos oculares. Por último, o V nervo craniano, mais conhecido por trigêmeo, comanda o tato facial e isso inclui a sensação do toque nos olhos.

Causas do estrabismo paralítico

O estrabismo paralítico ocorre quando alguns nervos cranianos sofrem uma paralisia, que pode ser total ou parcial. Com isto, os movimentos oculares podem ficar descoordenados e levar ao estrabismo. Entre os nervos afetados estão o III, IV e VI.

Agora, vamos conhecer cada um dos tipos de estrabismo paralítico.

Estrabismo paralítico do III Nervo Craniano

O estrabismo paralítico do III nervo craniano é aquele em que o olho fica, praticamente, congelado. Ou seja, não se move para cima, para baixo e nem para dentro. O único movimento é para fora. Além disto, as pálpebras não se fecham.

“Na maioria dos casos, a paralisia do III nervo craniano ocorre durante um acidente vascular cerebral, aneurisma ou ainda em pessoas com tumores cerebrais e diabetes. Desta forma, é mais prevalente em adultos. Dada a gravidade, na presença deste tipo de estrabismo é importante procurar ajuda médica”, alerta Dra. Marcela.

Estrabismo paralítico por Paralisia IV Nervo Craniano

O estrabismo associado à paralisia do IV Nervo Craniano é o mais comum na infância. “Contudo, na maioria dos casos pode passar desapercebido pelos pais e até mesmo pediatra. O desvio é, praticamente, imperceptível e não afeta a estética. O estrabismo, nestes casos, é vertical e dá a impressão de um olho está um pouco mais alto que o outro”, conta a médica.

“A manifestação mais característica do estrabismo paralítico do IV nervo craniano é a inclinação lateral da cabeça. Ou seja, a criança entorta o pescoço para tentar enxergar melhor, compensar o desvio. Isto é chamado de torcicolo ocular, muitas vezes confundido com o torcicolo congênito. Felizmente, este estrabismo pode ser corrigido por meio de uma cirurgia, com ótimos resultados”, diz Dra. Marcela.

Estrabismo paralítico por Paralisia VI Nervo Craniano

O estrabismo paralitico do VI Nervo Craniano afeta o músculo que controla os movimentos do olho para fora, em direção às orelhas. O olho, portanto, se desvia para dentro em ângulos bastante acentuados. Em geral, a forma adquirida é a mais prevalente e costuma estar associada a infecções na infância ou, ainda, como um efeito adverso após vacinação.

“Em adultos, este estrabismo paralítico tem relação como problemas no sistema nervoso central, com um AVC e tumores na cabeça. A boa notícia é que se trata de um desvio temporário, cuja resolução costuma ser espontânea. Em raríssimos casos, quando o estrabismo permanece, é possível corrigi-lo cirurgicamente”, aponta Dra. Marcela.

Vamos relembrar as causas do estrabismo paralítico?

  • Congênita (quando a criança já nasce com o problema)
  • Traumas cranioencefálicos
  • Lesões nos vasos sanguíneos cerebrais (derrames, aneurismas, consequência do diabetes)
  • Infecções
  • Enxaquecas
  • Tumores cerebrais
  • Aumento da pressão dentro do cérebro

Sintomas do estrabismo paralítico

Os sintomas do estrabismo paralítico dependem de qual nervo foi afetado e da causa da paralisia. Em outras palavras, as manifestações dependem da origem do desvio. Em um AVC, por exemplo, além do estrabismo, a pessoa pode apresentar dor de cabeça intensa, tontura, enjoos, alterações na coordenação motora de um lado do corpo, entre outros sintomas.

“Já na paralisia do IV nervo craniano, o sintoma mais típico é o torcicolo ocular. Na paralisia do III nervo craniano, temos a queda da pálpebra, chamada de ptose palpebral. Sendo assim, a recomendação é que na presença do desvio ocular, o paciente procure um oftalmologista ou um neuroftalmologista, sempre que possível”, reforça Dra. Marcela.

Diagnóstico do estrabismo paralítico – Que médico procurar?

Poucas pessoas sabem, mas existe uma subespecialidade da oftalmologia chamada de neuroftalmologia. Trata-se do oftalmologista que se especializou nas doenças que afetam os nervos responsáveis pela visão. Existem ainda oftalmologistas especializados em estrabismo. Portanto, idealmente, essas duas especialidades são as mais capacitadas para diagnosticar e tratar o estrabismo paralítico.

Ao mesmo tempo, também é importante procurar um neurologista para descartar problemas no sistema nervoso central.

“Quanto ao tratamento, há várias possibilidades que sempre estarão condicionadas às causas da paralisia dos nervos cranianos. Vale dizer que nem todos os tipos de estrabismo paralítico podem ser corrigidos por meio de cirurgia. Além disto, muitos desvios se resolvem de forma espontânea”, finaliza Dra. Marcela.

Dra. Marcela Barreira é neuroftalmologista, além de oftalmopediatra e especialista em estrabismo. A médica realiza tanto o diagnóstico como o tratamento da diplopia.

A médica atende em seu consultório em São Paulo, na região dos Jardins. Além disso, é Chefe do Setor de Neuroftalmologia do Banco de Olhos de Sorocaba (BOS).

Para mais informações, ligue para (11) 3266-2768

Adicionar Comentário

Your email address will not be published. Required fields are marked *

Abrir WhatsApp
1
Olá, faça seu agendamento de consulta por aqui!