Hoje, vamos falar um pouco mais sobre o estrabismo divergente. Nessa forma de estrabismo, o olho se desvia para fora, em direção às orelhas. Outra característica importante é que o desvio é intermitente, ou seja, o desalinhamento não é constante. Por esse motivo, o diagnóstico pode ser um pouco mais tardio.
Segundo a oftalmopediatra Dra. Marcela Barreira, especialista em estrabismo, o estrabismo divergente intermitente pode aparecer nos primeiros meses ou anos de vida. O mais comum é perceber o desvio após os 6 meses de vida. O desvio do olho para fora pode passar despercebido pelos pais e até mesmo pelo pediatra.
“A razão é justamente a intermitência, ou seja, ora o olho está alinhado, ora desalinhado. Geralmente, o desvio acontece quando a criança está cansada, doente, desatenta, quando olha para imagens mais distantes ou ainda quando há muita luz no ambiente, especialmente a luz natural”, explica.
Causas do desvio do olho para fora
A origem exata do estrabismo divergente não é um consenso na comunidade científica. Contudo, existem fatores que podem aumentar o risco de a criança desenvolver o estrabismo divergente, bem como outras formas de desvio.
“Nem sempre é possível determinar a causa do estrabismo divergente. A condição pode ser resultado da combinação de uma série de fatores, como os genéticos (casos da condição na família), ambientais (problemas na gestação e no período neonatal), doenças sistêmicas e erros refrativos”, comenta a especialista.
Sinas e sintomas
O sinal mais evidente do estrabismo divergente é o desvio do olho para fora, nas situações já citadas, como em momentos de desatenção, cansaço e doença. Outro indício importante é quando a criança fecha um dos olhos quando há muita claridade. Por fim, estudos recentes apontaram que há uma prevalência maior de miopia em crianças com o estrabismo divergente intermitente. Mas, nem todas as crianças com o desvio para fora têm miopia.
Como é o tratamento para o estrabismo divergente intermitente
O tratamento padrão para o estrabismo divergente intermitente é a cirurgia. A diferença para outras formas de estrabismo é que o desvio para fora é menos prejudicial para o desenvolvimento da visão.
“Por esse motivo, costumamos esperar um pouco mais para operar a criança. Contudo, vale ressaltar que a cirurgia deve ser feita antes dos 7 anos idades e, preferencialmente, entre os 2 e 4 anos, período considerado crítico para o desenvolvimento visual”, reforça Dra. Marcela.
Estrabismo divergente não é questão estética
Tanto o estrabismo divergente, como as outras formas de desvio, não são questões estéticas. Isso é um mito que precisa ser esclarecido. O estrabismo na infância, quando não tratado, pode acarretar prejuízos definitivos na visão binocular. Um dos principais problemas é o desenvolvimento da ambliopia, mais conhecido como “olho preguiçoso.
“Essa condição acontece quando o cérebro passa a priorizar a imagem captada pelo olho saudável e suprime a imagem do olho com o desvio. Essa supressão, por tempo prolongado, prejudica o desenvolvimento da visão binocular, essencial para enxergarmos um campo visual maior, bem como para dar a noção de profundidade e para vermos imagens em 3D”, aponta Dra. Marcela.
O tratamento do estrabismo divergente visa ao alinhamento do eixo visual para evitar o desenvolvimento da ambliopia e garantir o desenvolvimento pleno da visão. “Quando a criança já tem ambliopia, além da cirurgia, será preciso também usar o tampão para incentivar o desenvolvimento do olho afetado pelo estrabismo. Contudo, é importante dizer que o tampão não trata o estrabismo, mas sim o olho preguiçoso”, finaliza a oftalmopediatra.
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Dra. Marcela Barreira é neuroftalmologista, é oftalmopediatra e especialista em estrabismo.
O consultório fica em São Paulo, na região dos Jardins.
Para mais informações, ligue para (11) 3266-2768
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