A catarata congênita é uma condição que afeta o cristalino, a lente transparente do olho de bebês e crianças. O termo congênito quer dizer que é uma doença que está presente desde o nascimento. Sua manifestação pode ocorrer dos 0 até os 15 anos.
A catarata leva à opacidade do cristalino. O principal sinal da catarata no bebê é que o olho se apresenta com uma película esbranquiçada. Em geral, a doença é detectada na maternidade, durante o teste do reflexo vermelho (teste do olhinho).
Contudo, pode se desenvolver ao longo da infância. Em cerca de 75% dos casos, a catarata congênita afeta os dois olhos.
Você sabia?
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a cada 10.000 crianças que nascem, de 3 a 6 têm catarata congênita.
Além disso, é uma das principais causas de cegueira e baixa visão na infância. O tratamento precoce é fundamental para reverter a perda da visão.
Quais as causas da catarata congênita?
Antes de tudo, é importante dizer que existem dois tipos de catarata: a congênita e a senil. A primeira, como já citamos acima, é uma doença que está presente desde o nascimento. Dessa maneira, afeta bebês e crianças pequenas.
Já a catarata senil é uma condição relacionada ao processo natural do envelhecimento. Costuma afetar a maioria das pessoas na terceira idade.
Há diversas causas associadas ao desenvolvimento da catarata congênita. As doenças congênitas podem surgir a partir da combinação de fatores ambientais e genéticos. Em outras palavras, algumas doenças que afetam a gestante podem causar problemas no bebê.
As principais causas d doença em bebês e crianças são algumas doenças contraídas na gravidez, como:
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Toxoplasmose
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Sífilis
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Rubéola
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Citomegalia
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Herpes simples
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Herpes zoster
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Coriomeningite viral linfocítica,
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Treponema pallidum
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Listeria monocytogenes
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Borrelia burgdorferi,
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Plasmodium
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Cândida albicans.
Apesar de todos esses agentes apresentarem risco para a gestação, a rubéola e a toxoplasmose são as principais causas da condição.
Além de doenças, a catarata congênita pode se desenvolver devido a partos prematuros, traumas, medicamentos usados na gestação, doenças genéticas e metabólicas do bebê e como uma comorbidade de uma outra doença ocular, como o glaucoma, retinopatias etc.
É possível prevenir a catarata congênita?
Felizmente, há muitas formas de prevenir essa condição. Quando a gravidez for planejada, a mulher deve se submeter a uma série de exames que podem detectar infecções potencialmente graves para o bebê.
Além disso, a mulher deve estar com as vacinas em dia, principalmente com a vacina da rubéola, chamada de Tríplice Viral. Esse imunizante leva esse nome porque previne contra três doenças: a rubéola, a caxumba e o sarampo.
O pré-natal deve ser rigoroso também. A mulher deve ainda redobrar os cuidados com a alimentação durante a gravidez. Isso porque a toxoplasmose, por exemplo, é transmitida pelas fezes de gatos contaminados pelo protozoário chamado de “toxoplasma gondii”.
A contaminação pode ocorrer de várias maneiras, desde o contato direto com as fezes até a ingestão de água e alimentos que entraram em contato com os dejetos de gatos.
Dessa forma, cuidados antes de engravidar e um rigoroso pré-natal podem prevenir que a criança desenvolva a catarata congênita e outras patologias que afetam a visão.
Diagnóstico precoce
O diagnóstico da catarata congênita costuma ser feito ainda na maternidade, graças à implementação do Teste do Reflexo Vermelho. Mais conhecido por “teste do olhinho” é um exame de acuidade visual realizado quando o bebê nasce.
Porém, é preciso ressaltar que algumas crianças podem desenvolver a catarata mais tardiamente. Nesses casos, quando a mulher teve alguma infecção durante a gestação, o bebê deve ser acompanhado por um oftalmopediatra ao longo da infância.
Impactos da catarata congênita na visão
A catarata congênita pode causar outros problemas oculares. Um deles é a ambliopia por privação de estímulo.
A ambliopia, mais conhecida pelo termo olho preguiçoso, é uma condição que causa a perda de acuidade visual em um dos olhos ou em ambos. Há diversas causas, sendo a catarata congênita uma delas.
Outra consequência da catarata congênita é o nistagmo. Trata-se de uma condição que causa tremores rítmicos e incontroláveis no globo ocular. Por esse motivo, os olhos se desviam em todas as direções com perda da fixação visual.
Tratamento precisa ser precoce
Para evitar perdas visuais importantes, é fundamental diagnosticar e tratar a catarata congênita nos dois primeiros meses de vida.
A cirurgia precoce está associada à melhora da acuidade visual e à redução ou eliminação do estrabismo e do nistagmo. Além da cirurgia, devem ser prescritas lentes corretivas para tratar a ambliopia.
Outro ponto crucial é que a criança que nasce com a catarata congênita precisa ser acompanhada por um oftalmologista infantil ao longo de toda a vida.
Por fim, o mais importante é que os cuidados preventivos sejam tomados pela mulher antes de engravidar e durante a gestação.
Além do teste do olhinho, é preciso também levar o bebê em seu primeiro ano de vida para uma consulta de rotina com o oftalmopediatra.
Naturalmente, como dissemos, bebês que já nascem com doenças oculares, precisam de acompanhamento oftalmológico constante.
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