O astigmatismo é um dos quatro erros refrativos, sendo o mais prevalente na infância. No primeiro ano de vida, de 15 a 30% das crianças podem apresentar algum grau de astigmatismo. Contudo, na maioria dos casos, não é preciso o uso de lentes corretivas nessa fase.
Quem tem astigmatismo apresenta dificuldade para enxergar de longe e de perto. A visão fica distorcida e borrada. Isso ocorre devido ao formato irregular da córnea ou do cristalino. Em pessoas com visão normal, a córnea é redonda. No astigmatismo, a córnea é mais ovalada, semelhante ao formato de uma bola de futebol americano, por exemplo.
Essa alteração no formato da córnea faz com que os raios de luz captados pelo olho se espalhem na retina ao em vez de atingirem apenas um ponto focal. Como resultado, a imagem fica embaçada e distorcida, tanto para perto quanto para longe.
Nunca está sozinho
O astigmatismo, quando comparado aos outros erros refrativos, como miopia e hipermetropia, é mais complexo. Isso porque há muitos tipos de astigmatismo. Contudo, a classificação não faz diferença no tratamento, que é feito com o uso de óculos.
Normalmente, o astigmatismo aparece acompanhado de outros erros refrativos. Isso quer dizer que a criança pode ter miopia e astigmatismo, ou astigmatismo e hipermetropia, por exemplo.
Sinais e sintomas
Os sintomas do astigmatismo variam de pessoa para pessoa. Todavia, na infância, existem algumas particularidades quando o assunto é um erro refrativo.
Como o desenvolvimento visual ocorre fora do útero, a criança não tem consciência do que é enxergar bem ou mal. Além disso, o mundo dos bebês e das crianças menores é de perto. Com isso, é provável que apenas as crianças maiores comecem a perceber dificuldades para enxergar.
Fique atento se a criança reclamar de:
- Visão borrada
- Cansaço visual
- Dores de cabeça, principalmente depois atividades como leituras e uso do computador
- Dificuldade para enxergar de longe e de perto
Genética conta
Grande parte dos casos de astigmatismo é causada pela herança genética. Pais com astigmatismo devem ficar atentos. A recomendação é levar a criança para uma primeira consulta com um oftalmopediatra ainda no primeiro ano de vida.
Entretanto, o mais comum é diagnosticar o astigmatismo na idade pré-escolar, quando a criança começa a apresentar problemas de aprendizagem ou outras dificuldades nos estudos. É nessa fase também que a criança consegue expressar dificuldades para enxergar.
Alerta: não deixe a criança coçar os olhos
Muitas crianças, ou até mesmo adultos, têm o hábito de coçar os olhos. Porém, esse costume é muito perigoso para quem tem astigmatismo. Isso porque pode aumentar o grau e evoluir para uma doença grave, chamada ceratocone.
Diagnóstico precoce
O oftalmopediatra é capaz de diagnosticar clinicamente o astigmatismo, na consulta habitual, mesmo em bebês. O tratamento do astigmatismo é simples, feito com o uso de óculos. Entretanto, como as crianças crescem, o formato da córnea pode mudar e alterar o grau, para mais ou para menos.
É preciso lembrar que, na maioria dos casos, o astigmatismo pode estar acompanhado da miopia ou da hipermetropia. Portanto, o acompanhamento oftalmológico deve ser contínuo durante a infância e adolescência.
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