O estrabismo pode ser genético e hereditário. Filhos de pais com estrabismo têm 4 vezes mais probabilidade de sofrer esta alteração do que uma criança sem história familiar de estrabismo.
O estrabismo pode ser genético ou não. Algumas crianças já nascem com o desalinhamento visual, mas a maioria desenvolve nos primeiros anos de vida.
O estrabismo afeta 2% a 4% das crianças e pode resultar em ambliopia (olho preguiçoso) com impactos importantes no desenvolvimento visual.
Estrabismo e genética
Segundo a oftalmopediatra Dra. Marcela Barreira, especialista em estrabismo, a compreensão das bases genéticas do estrabismo pode ajudar a diagnosticar de forma precoce para prevenir prejuízos no desenvolvimento visual, além de proporcionar a descoberta de novas abordagens preventivas ou terapêuticas. “O estrabismo possui bases genéticas importantes, bem como há fatores ambientais associados ao desalinhamento visual”.
Estrabismo é genético? O que dizem os estudos?
Um estudo realizado com gêmeos apontou que a taxa de prevalência do estrabismo nos gêmeos idênticos (univitelinos) varia de 73 a 82% e de 35% a 47% nos gêmeos bivitelinos. Outros estudos sobre a herdabilidade do estrabismo apontaram que 30% das crianças com estrabismo tinham pelo menos um parente próximo com a condição.
Em relação aos fatores ambientais, as evidências científicas apontam que idade materna avançada, tabagismo durante a gravidez e baixo peso ao nascer (menos que 1,5kg) são fatores de risco importantes para o desenvolvimento do estrabismo.
Contudo, quando os pesquisadores isolaram esses fatores ambientais, a chance de hereditariedade do estrabismo concomitante (desvio para todos os lados em qualquer momento) ainda era significativa.
Síndromes genéticas e estrabismo
O estrabismo também está ligado a algumas síndromes genéticas, como a síndrome de Down, entre outras. Há também uma forma congênita de estrabismo, a síndrome de Duane. “Há um crescente interesse pelos estudos das bases genéticas do estrabismo. As pesquisas já identificaram uma série de mutações genéticas que podem estar ligadas a problemas no eixo visual”, diz Dra. Marcela.
A especialista ressalta que as causas do estrabismo são variadas e nem sempre é possível determinar a origem exata da doença. “A criança pode apresentar uma combinação fatores. Embora o fator hereditário desempenhe um papel muito importante, ele não é decisivo para o desenvolvimento do estrabismo”.
Fatores de risco ambientais
- Fumar durante a gravidez
- Consumo de álcool na gestação
- Parto prematuro e baixo peso corporal – menos de 1,5kg
- Complicações neonatal como icterícia, infecções e qualquer condição que afete o sistema nervoso central, especialmente com danos nos músculos oculares
- Diferença de grau muito alta entre os olhos
- Hipermetropia – responsável pelos casos de estrabismo acomodativo
Independentemente de estudos ou histórico familiar de estrabismo, a recomendação é levar o bebê ao oftalmopediatra em seu primeiro ano de vida para uma avaliação oftalmológica completa.
“Naturalmente é importante os pais informarem ao médico se há casos de estrabismo na família. Cabe também durante a anamnese levantar o histórico da gestação e dos primeiros meses de vida da criança”, ressalta Dra. Marcela.
Muitos pais desconhecem que a saúde ocular das crianças pode e deve ser examinada desde o nascimento. Isso aumenta a chance de diagnosticar e tratar o estrabismo de forma precoce para evitar prejuízos no desenvolvimento visual.
“Felizmente, a maioria dos casos de desalinhamento visual é corrigida por meio de cirurgia com taxas altas de sucesso. Apenas o estrabismo acomodativo, aquele causado pela hipermetropia, é corrigido pelos óculos de grau”, finaliza a médica.
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