O que é nistagmo? Quais os sintomas? Como funciona o tratamento? Onde tratar?

O nistagmo é uma doença ocular rara. Estima-se que a doença atinge 0,17% da população com menos de 18 anos. Em adultos, a prevalência é um pouco maior, 0,27%.

Quais são os sintomas?

Primeiramente, é importante dizer que é uma doença benigna, porém não tem cura. O principal sintoma  é não conseguir controlar os movimentos dos olhos. A partir disso, a pessoa adota posturas incorretas para conseguir enxergar.

O que a pessoa sente, quais são as manifestações?

O nistagmo causa tremores rítmicos e incontroláveis no globo ocular. Por esse motivos, os olhos se desviam em todas as direções. Dessa maneira, quem tem nistagmo apresenta dificuldades visuais importantes.

Os olhos podem se desviar para dentro, para fora, para cima e para baixo.

Além da falta de controle dos movimentos oculares, as pessoas com nistagmo podem apresentar:

• Mais sensibilidade à luz
• Tontura
• Dificuldade para enxergar no escuro
• Torcicolo ou inclinação demasiada da cabeça e do pescoço para conseguir enxergar e a sensação de imagens tremidas.

Vale dizer ainda que o nistagmo aumenta a chance de desenvolver erros refrativos de graus altos. Outra condição ocular comum em quem a doença é a ambliopia, mais conhecida pelo termo olho preguiçoso.

Nistagmo em crianças

O nistagmo pode se desenvolver na infância, entre 2 e 3 meses de vida. Como vimos, a condição pode estar relacionada ao estrabismo.

Outras condições relacionadas à doença:

• Catarata congênita
• Albinismo
• Distrofias na retina
• Distúrbios do nervo óptico
• Hipoplasia foveal
• Ausência congênita da íris (aniridia),
• Acromatopsia (condição em que a pessoa só enxerga preto e branco)
• Retinoblastoma

Nistagmo em crianças

O nistagmo infantil pode se apresentar de duas maneiras. Uma delas é o sensorial que ocorre devido à baixa visão. Em outras palavras, a criança tem algum problema de visão, como alto grau de erro refrativo ou outra doença que reduz a acuidade visual. A partir disso, pode desenvolver o nistagmo. Nesses casos, na tentativa de fixar a imagem, o olho treme.

A outra forma infantil é o nistagmo motor. Nesse tipo, o olho possui alguma alteração motora que impede o controle do movimento dos músculos oculares. As crianças que desenvolvem esse nistagmo, giram a cabeça ou levantam o queixo na tentativa de enxergar.

Nistagmo nos adultos

Em adultos, o nistagmo costuma estar relacionado a doenças sistêmicas. Isso quer dizer que ele é um efeito secundário de uma outra doença do organismo, como um acidente vascular cerebral, por exemplo.

Outras condições ligadas ao nistagmo em adultos:

• Esclerose múltipla
• Doença de Meniére
• Traumatismos cranianos
• Uso de medicamentos
• Crises epiléticas
• Uso de álcool e drogas
• Problemas no ouvido interno

Contudo, nem sempre é possível definir a causa do nistagmo. Nesses casos, é chamado de nistagmo idiopático.

Como é o tratamento do nistagmo?

Como a doença está associada ao sistema nervoso central (SNC), é sempre importante se consultar com um oftalmologista que seja especialista em neurologia, chamado de neuroftalmologista.

Além dele, o oftalmologista e o otorrinolaringologista podem e devem participar da abordagem diagnóstica e terapêutica.

O nistagmo infantil, infelizmente, não tem um tratamento específico. O que pode ser feito é corrigir os erros refrativos, quando diagnosticados, tratar a ambliopia etc.

Existe uma cirurgia para melhorar as posições de bloqueio, mas não tem efeito sobre os tremores do globo ocular. Nesse procedimento, o médico reposiciona os músculos retos oculares para mudar a posição primeira da visão. Em outras palavras, a cirurgia ajuda na melhorar ou a eliminar o torcicolo.

Em outros casos, existe uma substância que pode ser aplicada para paralisar os músculos dos olhos na tentativa de melhorar um pouco os tremores.

O tratamento em adultos também é restrito. Nos casos em que a doença está relacionada ao uso de drogas, álcool e medicamentos, por exemplo, o tremor pode melhorar caso as substâncias sejam suspensas.

Apesar de ser uma doença rara,  não tem cura e afeta, demasiadamente, a qualidade de vida dos pacientes.

As crianças podem desenvolver dificuldades de aprendizagem, dificuldades nos relacionamentos sociais, na prática esportiva e na vida como um todo. Isso vale também para os adultos.

A Dra. Marcela Barreira é oftalmopediatra, especialista em estrabismo, bem como é Neuroftalmologista e trata o nistagmo. 

A médica atende em sua clínica nos Jardins, na cidade de São Paulo.

Para mais informações, ligue para (11) 3266-2768.