O molusco contagioso ocular em crianças exige atenção. Embora seja uma infecção que atinge a pele, quando se espalha para a região ocular pode aumentar o risco de complicações, como a irritações na conjuntiva, por exemplo.
Para falar mais sobre o molusco contagioso ocular em crianças, hoje vamos entrevistar a oftalmologista infantil, Dra. Marcela Barreira, especialista em estrabismo e Chefe do Serviço de Neuroftalmologia do Banco de Olhos de Sorocaba (BOS).
Conheça melhor o molusco contagioso
Primeiramente, antes de falarmos mais sobre o molusco contagioso ocular em crianças, vamos conhecer melhor essa doença. O molusco contagioso é uma infecção decorrente do Molluscipoxvirus, que pertence ao grupo dos Poxvirus.
Segundo estudos, a prevalência do molusco contagioso em crianças pode variar de 5 a 11% da população entre 0 e 14 anos. Contudo, em países mais quentes, como o Brasil, a incidência pode ser maior, podendo chegar a 20%.
De qualquer maneira, a maior prevalência do molusco contagioso é em crianças entre 2 e 5 anos. As principais razões são que nessa faixa etária há mais contato físico e o compartilhamento de objetos, como brinquedos, é mais frequente. Entretanto, vale esclarecer que o molusco contagioso pode atingir pessoas de todas as idades.
Vírus é extremamente contagioso – Veja os sinais e sintomas
“O vírus do molusco contagioso, como o próprio nome diz, tem uma taxa de transmissão extremamente alta. Em geral, a transmissão ocorre pelo contato direto com superfícies contaminadas ou ainda de pessoa para pessoa. Para além dessas formas de contaminação, o molusco contagioso pode se espalhar por diversas áreas do corpo, como a região ocular. Sendo assim, essa característica se chama autoinoculação”, explica Dra. Marcela.
“O aparecimento das lesões pode ocorrer de 2 a 6 semanas após o contato com o vírus, período conhecido como tempo de incubação. O molusco contagioso se manifesta por meio de bolhas rosadas ou mais branquinhas na pele. Com isso, essas lesões podem coçar e gerar uma inflamação no local, além de causar dor, em alguns casos”, comenta a especialista.
Grupos e situações de risco
O vírus do molusco contagioso é bastante resistente e permanece em certas superfícies. Dessa maneira, ele pode contaminar pisos de banheiros, piscinas, chuveiros, além de objetos, como brinquedos, toalhas e itens de uso pessoal. Normalmente, ele sobrevive um tempo maior em ambientes úmidos e mais quentes.
Molusco contagioso ocular – O que você precisa saber
Como já falamos, a autoinoculação é uma característica bastante peculiar do molusco contagioso. Portanto, o próprio paciente pode levar o vírus para outras regiões do corpo, como os olhos. Sabemos que crianças menores tocam os olhos, a boca e o rosto com maior frequência. Portanto, o risco de contaminação dessas regiões é maior.
O molusco contagioso ocular em crianças costuma se desenvolver na pele das pálpebras. Por outro lado, há casos em que as lesões podem evoluir para complicações, como a conjuntivite folicular crônica.
“As lesões do molusco contagioso liberam toxinas, que podem causar irritação na conjuntiva, tecido que reveste a parte da frente do globo ocular. Adicionalmente, a criança pode apresentar coceira, vermelhidão e sensação de areia nos olhos. Infelizmente, quando há um agravamento da infecção, o vírus pode afetar a córnea, bem como causar uma infecção bacteriana secundária”, alerta Dra. Marcela.
Quem trata o molusco contagioso ocular
Apesar de o molusco contagioso ser uma infecção de pele, quando surgem lesões nos olhos, os pais devem procurar um oftalmologista infantil. “O diagnóstico é clínico, sem necessidade de exames adicionais. Enfim, o molusco contagioso ocular pode demandar tratamento, como a remoção cirúrgica das lesões, principalmente quando estão muito próximas do globo ocular”, encerra Dra. Marcela.
Dicas de prevenção do molusco contagioso ocular
-
Quando a criança está com molusco contagioso, os pais devem redobrar os cuidados para evitar que a doença se espalhe para a região dos olhos;
-
Para prevenir que a criança contraia a doença, é imprescindível usar chinelos em piscinas e banheiros públicos, como academias, clubes e condomínios;
-
O risco de transmissão entre os membros da família é grande, especialmente se há outras crianças na casa. Portanto, procure separar a roupa de banho e de cama, bem como outros objetos de uso pessoal;
-
Para evitar que a criança coce as lesões e espalhe a infecção para outras áreas do corpo, cubra as lesões com gases e curativos. Esse cuidado também previne a contaminação de outras pessoas;
-
Oriente a criança a lavar as mãos com frequência, além de investir no uso do álcool em gel.
Dra. Marcela Barreira é oftalmopediatra, especialista em estrabismo e neuroftalmologista.
O consultório fica em São Paulo, capital.
Para mais informações, ligue para (11) 3846 02 00
Matéria produzida pela jornalista Leda Maria Sangiorgio – MTB 30.714
É expressamente proibida a cópia parcial ou total do material, sob pena da Lei de Direitos Autorais, número 10.695.
Adicionar Comentário