Os mitos e verdades sobre o estrabismo são muitos. Popularmente chamado de “vesguice”, o estrabismo é uma condição que leva ao desalinhamento do eixo visual. Na maioria dos casos, o estrabismo se desenvolve na infância e pode afetar até 5% das crianças.
Sendo assim, hoje vamos esclarecer os principais mitos e verdades sobre o estrabismo, com a ajuda da oftalmopediatra, Dra. Marcela Barreira, especialista em estrabismo.
Mitos e Verdades sobre o Estrabismo – Conheça alguns deles
O estrabismo é uma questão estética. Portanto, não precisa de tratamento!
Sem dúvidas, esse é um dos principais mitos em relação ao estrabismo. Em primeiro lugar, a condição se desenvolve na infância, período crítico para o desenvolvimento do sistema visual. A visão está completa por volta dos 7 anos de idade. Por esse motivo, o desalinhamento do eixo visual pode levar ao olho preguiçoso, que por sua vez pode resultar em problemas na visão binocular.
A visão binocular é responsável pela capacidade de enxergamos em profundidade e em 3D. Na infância, é crucial para o aprendizado, para a prática de esportes e outras atividades físicas e educacionais. Já na vida adulta, a visão binocular intacta é crucial para exercer algumas profissões, como piloto de avião, médico cirurgião, dentista etc.
Estima-se que cerca da metade dos casos de ambliopia são resultado do estrabismo. Leia mais aqui sobre o olho preguiçoso.
O estrabismo pode ou não ser congênito
Verdade! O estrabismo pode estar presente desde o nascimento ou se desenvolver na infância. No estrabismo congênito, o desvio do olho é para dentro, em direção ao nariz. O desalinhamento costuma ser constante e bastante evidente, já nos primeiros dias ou meses de vida. Saiba mais sobre o estrabismo congênito.
Para além disso, o estrabismo pode ocorrer na vida adulta, devido a problemas neurológicos, como um acidente vascular cerebral (AVC), por exemplo.
Todo prematuro vai desenvolver estrabismo
Mito. Embora a prematuridade seja um importante fator de risco para desenvolver o estrabismo, nem todos os bebês que nascem antes do tempo irão apresentar desalinhamento do eixo visual.
Nem todo os tipos de estrabismo precisam de correção cirúrgica
Verdade. O estrabismo acomodativo, por exemplo, ocorre devido à presença da hipermetropia. A criança faz um esforço visual para focar as imagens de perto e, com isso, o olho se desvia para dentro. Dessa forma, nesses casos o desvio está associado à hipermetropia, erro refrativo que é corrigido por meio do uso de óculos. Em conclusão, é uma forma de estrabismo que não precisa de cirurgia.
Também existem os estrabismos que acontecem na vida adulta e podem ser temporários, como àqueles presentes em doenças neurológicas. Portanto, esses casos também não têm indicação cirúrgica.
O tampão corrigi o estrabismo
Mito! Certamente, esse é um dos mitos mais comuns em relação ao estrabismo. Mas, ao contrário do que se possa pensar, o uso do tampão não trata o desvio do eixo visual. A chamada terapia de oclusão ocular serve para tratar a ambliopia ou ainda para prevenir seu desenvolvimento. Leia mais sobre o uso do tampão aqui.
O desvio do olho para dentro é o único tipo de estrabismo
Mito. Há vários tipos de estrabismo, embora o estrabismo convergente (quando o olho se desvia para dentro) seja o mais conhecido pela população em geral. Outro tipo comum é o estrabismo divergente intermitente, em que o olho se desvia para fora de vez em quando. O olho ainda pode se desviar para cima e para baixo, chamado de estrabismo vertical. Por fim, temos o estrabismo paralítico, que ocorre por problemas nos nervos oculomotores e pode levar a diferentes tipos de desvios.
A toxina botulínica pode tratar o estrabismo
Verdade! Aliás, o primeiro uso dessa substância foi exatamente para tratar o estrabismo. Contudo, hoje a indicação é para pequenos desvios ou para casos muito específicos. Isso porque o efeito, ou seja, o alinhamento do olho, é temporário. Sendo assim, é preciso várias aplicações para obter a correção do desvio. Em crianças, por exemplo, isso significa a necessidade de submetê-las a várias anestesias gerais. Em conclusão, o tratamento mais efetivo atualmente é a cirurgia, tanto para adultos como para crianças.
Saiba mais sobre como funciona o tratamento do estrabismo com toxina botulínica.
Estrabismo também pode ser operado adultos
Verdade. Os adultos também podem passar pela cirurgia de estrabismo. Inclusive, há diversos estudos que comprovaram que a correção do desvio em adultos melhora a visão binocular, além de trazer benefícios psicossociais.
Conclusão
Por fim, hoje falamos sobre alguns mitos e verdades sobre o estrabismo. Em contrapartida, saiba que existem muitos outros.
“O mais importante é entender que se trata de uma condição que precisa de tratamento precoce para prevenir prejuízos no desenvolvimento da visão na infância. Dessa forma, a principal recomendação é levar o bebê em seus primeiros meses de vida para uma consulta de rotina com o oftalmologista infantil. Em adultos, o estrabismo pode indicar problemas neurológicos e na presença do desvio ocular, é importante procurar um serviço de pronto-atendimento”, finaliza Dra. Marcela.
Dra. Marcela Barreira é neuroftalmologista, é oftalmopediatra e especialista em estrabismo.
O consultório fica em São Paulo, na região dos Jardins.
Para mais informações, ligue para (11) 3266-2768
Matéria produzida pela jornalista Leda Maria Sangiorgio – MTB 30.714
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