Miopia patológica quase sempre está ligada a alta miopia

Miopia patológica quase sempre está ligada a alta miopia

A miopia patológica afeta cerca de 3% da população mundial, com diferenças étnicas na prevalência da doença

Antes de mais nada, é fundamental esclarecer que a miopia patológica  é diferente de ter um grau alto de miopia. Porém, pessoas com graus altos de miopia, a partir de -6D, têm um risco aumentado de desenvolver a miopia patológica, também chamada de degenerativa.

A alta miopia é definida com alto grau de erro refrativo, normalmente acima de -6D. Já a miopia patológica é caracterizada pela presença de lesões miópicas típicas na retina, mácula e coroide, estruturas essenciais para a visão.

Danos na retina

Segundo Dra. Marcela Barreira, oftalmopediatra especialista em estrabismo, a miopia degenerativa refere-se a um subconjunto de condições oculares associadas à alta miopia.

“Em algumas pessoas, especialmente quando o grau da miopia é igual ou superior a -6D, o olho continua crescendo e esse alongamento do globo ocular estica e afina a retina, coroide e esclera. Portanto, a miopia patológica é uma condição séria, já que todas as estruturas afetadas pelo crescimento do olho são fundamentais para o processo visual”.

Uma das regiões mais afetadas pela miopia degenerativa é a mácula, região central da retina responsável pela visão em detalhes. A maculopatia miópica é bastante comum, bem como outras complicações na região de trás do olho. “Pessoas com miopia patológica têm risco aumentado de formação precoce de catarata, glaucoma e descolamento de retina, doenças que podem levar à deficiência visual”, comenta a oftalmologista.

A prevalência de miopia patológica é baixa em crianças e adolescentes, mas aumenta com a idade. “Portanto, prevenir e retardar a progressão da miopia são aspectos importantes para que as crianças não desenvolvam a miopia patológica na vida adulta”, alerta Dra. Marcela.

De acordo com estudos, um aumento de 1-D na miopia está associado a um aumento de 67% na prevalência de miopia patológica.

Causas ainda não são totalmente compreendidas

A origem da miopia patológica ainda não é completamente compreendida pela medicina. O que se sabe é que uma pessoa com mais de -6D de miopia tem risco aumentado de desenvolver a doença.

Em relação à prevalência, estima-se que a condição afete cerca de 3% da população mundial. Contudo, é mais prevalente na população asiática e menos comum nas demais etnias. A prevalência de miopia patológica é de 1-19% na miopia leve a moderada e de 50 a 70% nos portadores de alta miopia.

Recentemente, devido a mudanças nos fatores ambientais e de estilo de vida, a prevalência de miopia e alta miopia aumentou rapidamente em todo o mundo. Estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que até 2050, metade da população mundial será míope.

Embora ainda não esteja claro se o aumento da prevalência da miopia impacta no aumento dos casos de miopia patológica, é preciso adotar hábitos que possam impedir tanto o desenvolvimento da miopia quanto o aumento do grau nas crianças e adolescentes.

“Hoje há algumas evidências que sugerem que passar mais tempo ao ar livre protege contra o desenvolvimento de miopia. Outro fator determinante é reduzir o uso dos eletrônicos pelas crianças e adolescentes. Além disso, as consultas oftalmológicas na infância são importantes para diagnosticar e tratar de forma precoce a miopia e outros problemas visuais”, afirma Dra. Marcela.

Sem cura

Infelizmente, a miopia patológica não tem cura. Além das lentes corretivas para o grau da miopia, o oftalmologista pode usar recursos com laser e injeções para tratar os problemas que podem surgir na retina.

Por fim, como a miopia patológica é degenerativa, o acompanhamento é para o resto da vida e deve ser feito regularmente. “Quando uma criança tem um grau mais alto de miopia, os pais precisam estar atentos. Além de mudar os hábitos para evitar a progressão do grau, é preciso levar a criança ao oftalmopediatra com mais frequência”, finaliza Dra. Marcela.

Dra. Marcela Barreira é neuroftalmologista, é oftalmopediatra e especialista em estrabismo. A médica tem experiência em tratar a ambliopia com tampão. 

 O consultório fica em São Paulo, na região dos Jardins.

Para mais informações, ligue para (11) 3266-2768

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