Exames oftalmológicos em bebês e crianças – Tire suas dúvidas

Exames oftalmológicos em bebês e crianças – Tire suas dúvidas

Os exames oftalmológicos em bebês e crianças são cruciais para assegurar o desenvolvimento da visão, que ocorre na infância. Contudo, muitos pais possuem dúvidas sobre como é possível descobrir, por exemplo, se o bebê tem miopia ou outro erro refrativo

Enfim, para entender melhor quais são e como são feitos os exames oftalmológicos em bebês e crianças, hoje vamos entrevistar a oftalmologista infantil, Dra. Marcela Barreira, especialista em estrabismo e Chefe do Serviço de Neuroftalmologia do Banco de Olhos de Sorocaba (BOS).

Exames oftalmológicos em bebês e crianças – O que você precisa saber

Primeiramente, é importante dizer que todos os bebês nascidos no Brasil passam pelo chamado Teste do Reflexo Vermelho, mais conhecido como “teste do olhinho”. Contudo, o teste do olhinho consegue detectar apenas algumas doenças oculares mais graves, como glaucoma congênito, catarata congênita e retinopatia da prematuridade, por exemplo.

“Em outras palavras, o teste do olhinho é importante, mas é insuficiente para detectar condições como o estrabismo, miopia, hipermetropia e astigmatismo. Sendo assim, é fundamental que os pais entendam a necessidade de levar o bebê, em seu primeiro ano de vida, para uma consulta oftalmológica de rotina”, alerta Dra. Marcela.

Método para realizar exames oftalmológicos em bebês e crianças é diferente do que em adultos

Provavelmente, você já passou, pelo menos uma vez, em uma consulta oftalmológica ao longo da vida. Nesse caso, você provavelmente precisou ler letras em uma tabela. Além disso, é possível que se recorde de precisar dizer ao oftalmologista se a visão piorava ou melhorava, de acordo com algumas lentes durante o exame de refração.

Mas, como é possível realizar os exames de acuidade visual (por meio da tabela) e de refração (com as lentes especiais) em bebês, em crianças que ainda não falam ou naquelas que ainda não sabem ler?

De acordo com Dra. Marcela, que é especialista em oftalmologia infantil, o exame oftalmológico em bebês e em crianças funciona de outra maneira. Existem aparelhos específicos para realizar os exames de vista no público infantil, bem como outros recursos. Dessa forma, podemos detectar os problemas de visão mais comuns, como os erros refrativos, estrabismo, ambliopia, entre outras patologias”, explica.

 Teste de acuidade visual em bebês e crianças – como funciona

Para crianças de até 3 anos, o oftalmopediatra realiza o teste de acuidade visual por meio de objetos. Esse teste ajuda a avaliar a capacidade de fixação, bem como se a criança consegue seguir o objeto com os dois olhos.

“Quando a criança já sabe falar, o oftalmologista pode usar tabelas especiais, com desenhos e bichinhos. Por último, é possível ainda usar a letra E, da tabela de Snellen, orientando a criança a apontar na direção da ponta da letra”, comenta a especialista.

Teste de Refração em bebês e crianças

“Nos bebês e nas crianças, que ainda não falam, conseguimos detectar a presença de erros refrativos por meio da esquiascopia. O aparelho, que se chama esquiascópio, lembra uma régua com várias lentes. Para termos mais precisão nesse teste, é crucial dilatar as pupilas dos pequenos”, reforça Dra. Marcela.

E por falar em dilatar as pupilas, há muitos mitos e preocupações sobre esse procedimento. Entretanto, é importante reforçar que a dilatação das pupilas é segura e permite ao oftalmologista determinar, com mais exatidão, a presença e o grau dos erros refrativos, como a miopia, por exemplo.

Leia aqui e descubra os sinais da miopia na infância.

Por que é preciso dilatar as pupilas?

A pupila é a parte preta dos olhos e se localiza ao redor da íris, a parte colorida dos olhos. Sendo assim, sua função é controlar a quantidade de luz que entra no olho para dar nitidez a visão. “Então, podemos comparar a pupila a abertura da lente de uma câmera fotográfica. Quando precisamos de mais luz, a pupila se abre e quando precisamos de menos luz, a pupila se contraí. Adicionalmente, é importante lembrar que o estado natural da pupila é a contração, que se chama miose”, comenta Dra. Marcela.

Portanto, uma vez que a pupila fica mais contraída, sem a dilatação durante os exames oftalmológicos, se torna mais difícil visualizar as partes posteriores dos olhos, como a retina e o nervo óptico. De uma forma leiga, podemos dizer que sem a dilatar as pupilas, é como se o oftalmologista olhasse pelo buraco de uma fechadura.

“A dilatação das pupilas envolve o uso de colírios, específicos para essa finalidade. Para diminuir o desconforto, o paciente recebe um colírio anestésico e, posteriormente, o colírio para dilatar a pupila”, conta a especialista.

Exames oftalmológicos em bebês e crianças podem detectar doenças oculares mais graves

Acima de tudo, vale esclarecer que o teste de acuidade visual e de refração são apenas alguns dos exames que fazem parte de uma consulta oftalmológica de rotina. O oftalmologista infantil examina todas as estruturas do sistema visual, além de levantar o histórico de saúde do paciente, bem como o histórico familiar. Com isso, é possível prever o aparecimento de patologias que são hereditárias, por exemplo.

Eventualmente, durante os exames oftalmológicos em bebês e crianças, o médico pode detectar doenças oculares mais preocupantes, como doenças na retina, córnea, tumores oculares, como o retinoblastoma, entre outras anormalidades.

Dra. Marcela ressalta que o diagnóstico precoce de doenças visuais é imprescindível para assegurar o desenvolvimento visual, que acontece durante a infância. “Dessa maneira, quando chegamos ao diagnóstico dentro da janela de oportunidade, que vai dos 2 aos 4 anos, conseguimos realizar intervenções que podem prevenir prejuízos na visão”, alerta a médica.

Quando levar minha criança a um oftalmologista infantil?

Sem dúvidas, a principal recomendação é levar o bebê em seus primeiros meses de vida para uma consulta oftalmológica de rotina. Quando possível, o ideal é optar por oftalmologistas especialistas em crianças, os oftalmopediatras.

Após a primeira consulta, quando a visão é normal, ou seja, quando o bebê não apresenta nenhum problema ocular, os pais podem optar por exames anuais ou de acordo com a recomendação do médico.

“Porém, vale lembrar que quando a criança vai para a escola, é muito importante passar pelo oftalmologista infantil, já que a visão é crucial para o processo de aprendizagem. Muitos pais só descobrem que a criança precisa usar óculos justamente quando começa a ter problemas na escola”, reforça Dra. Marcela.

“Já para crianças com estrabismo, erros refrativos, ptose palpebral e outras doenças oculares, o acompanhamento deve ser frequente ou de acordo com a recomendação do oftalmopediatra”, finaliza a especialista.

 

Dra. Marcela Barreira é  oftalmopediatra, especialista em estrabismo e neuroftalmologista. 

 O consultório fica na Vila Nova Conceição, zona sul da cidade de São Paulo.

Para mais informações, ligue para  11 3846 0200

Matéria produzida pela jornalista Leda Maria Sangiorgio – MTB 30.714
É expressamente proibida a cópia parcial ou total do material, sob pena da Lei de Direitos Autorais, número 10.695. 

 

 

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