Estrabismo causa prejuízos psicossociais desde a infância. A partir dos 5 anos de idade, as crianças já experimentam os efeitos do desvio ocular em outros aspectos da vida.
Pesquisas apontam que a falta de diagnóstico e tratamento do estrabismo prejudica aspectos psicossociais desde a infância até a vida adulta
O estrabismo, de acordo com vários estudos, traz inúmeros prejuízos psicossociais que já são sentidos por crianças a partir dos 5 anos de idade. Sem o devido tratamento na infância, o estrabismo pode ser ainda mais prejudicial na vida adulta.
Segundo Dra. Marcela Barreira, oftalmopediatra especialista em estrabismo, as crianças com desvios oculares podem apresentar dificuldade na velocidade da leitura, para realizar cálculos e para desenhar com traços mais precisos. “Já na vida adulta, há um impacto importante na autoimagem, nos relacionamentos interpessoais e na empregabilidade”.
Outros estudos apontaram que o estrabismo traz prejuízos psicossociais, principalmente para as mulheres. Finalmente, as pesquisam mostraram que o estrabismo convergente (desvio do olho para dentro) é visto de uma forma mais negativa do que o desvio do olho para fora (estrabismo divergente).
Desconhecimento pode atrasar diagnóstico e tratamento
O estrabismo se desenvolve na infância, com uma prevalência de 2 a 5% na população infantil. Entretanto, por não ser uma condição tão comum, pode passar despercebida pelos pais e até mesmo pelo pediatra.
Além disto, existe o mito de que a cirurgia de correção do estrabismo é estética. “É crucial esclarecer que a correção do desvio ocular é restauradora. Uma cirurgia cosmética é aquela que muda uma estrutura normal. A cirurgia restauradora é aquela que muda uma condição anormal para normal ou muito próxima do normal”, reforça Dra. Marcela.
Outro aspecto muito importante a esclarecer é que a cirurgia de estrabismo pode ser feita em qualquer idade, inclusive na vida adulta.
“Segundo as evidências científicas, a correção do desvio ocular em adultos reduz ou elimina sintomas, melhora a capacidade de fusão das imagens, melhora o campo visual, bem como traz ganhos psicossociais importantes”, comenta a especialista.
Estrabismo também prejudica a qualidade de vida na infância
Um estudo recente apontou que crianças com estrabismo são mais propensas a relatar dificuldades na realização de tarefas diárias em comparação com crianças sem estrabismo. Outros achados comuns são sentimentos de solidão, inadequação social e baixa autoestima.
A boa notícia é que a cirurgia de estrabismo em crianças consegue não só melhorar a visão, como também traz benefícios nos aspectos sociais e emocionais.
Estrabismo e prejuízos psicossociais: o que devemos fazer
O mais importante é entender que o estrabismo é uma condição que pode afetar a visão, com prejuízos nos aspectos sociais, emocionais, acadêmicos e profissionais ao longo da vida.
“Outro lembrete é que o ideal é tratar e corrigir o desalinhamento ainda na infância, preferencialmente antes dos 7 anos. Mas, mesmo após esta idade, a cirurgia traz benefícios e melhoras na visão”, explica Dra. Marcela.
Por fim, a recomendação é levar o bebê em seu primeiro ano de vida para uma consulta de rotina com um oftalmopediatra. O estrabismo congênito, por exemplo, está presente desde o nascimento e é o tipo de desvio que demanda a maior precocidade no tratamento. Outros desalinhamentos podem aparecer após os 6 meses. Desta forma, sempre que os pais notarem que o bebê ou a criança apresenta algum nível de desalinhamento no eixo visual, devem procurar o oftalmologista”, encerra a especialista.
Dra. Marcela Barreira é neuroftalmologista, é oftalmopediatra e especialista em estrabismo.
O consultório fica em São Paulo, na região dos Jardins.
Para mais informações, ligue para (11) 3266-2768
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