Estrabismo intermitente é o desvio ocular mais comum nas crianças

Estrabismo intermitente é o desvio ocular mais comum nas crianças

O estrabismo intermitente, também chamado de exotropia intermitente, é a forma mais comum de estrabismo. Estima-se que essa forma de desalinhamento do eixo ocular afeta cerca de 1% da população, sendo mais comum na infância.

A condição se caracteriza pelo desvio do olho para fora, em direção às orelhas, que ocorre de forma intermitente. Em outras palavras, em alguns momentos o olho está alinhado e em outros ocorre o desvio.

Segundo a oftalmopediatra Dra. Marcela Barreira, especialista em estrabismo, até os primeiros meses de vida, o desvio ocular intermitente é considerado parte do desenvolvimento visual que ocorre fora do útero. Contudo, por volta dos 4 meses espera-se que os olhos do bebê estejam bem alinhados. Quando os pais perceberem que o bebês desvia o olho, mesmo que em alguns momentos, devem procurar um especialista”.

Estrabismo intermitente pode passar despercebido

O desvio do olho para fora, em geral, é intermitente. Portanto, muitos casos podem passar despercebidos pelos pais. Normalmente, o desvio ocorre em situações como momentos de estresse, ansiedade, cansaço e quando a criança está doente.

“Normalmente, este tipo de estrabismo passar a ser notado pelos pais após o primeiro ano de vida. Contudo, há casos em que os pais notam já nos primeiros meses de vida. Embora na fase inicial do desvio a criança tenha mais controle do desvio, com o passar do tempo isso muda e o desalinhamento de torna mais evidente”, aponta Dra. Marcela.

Estrabismo intermitente: como é o tratamento?

O tratamento do estrabismo divergente intermitente, é cirúrgico. “A cirurgia é a única maneira de restabelecer o equilíbrio muscular e o alinhamento dos olhos. Uma diferença importante do estrabismo divergente intermitente para o estrabismo convergente (desvio do olho para dentro) é que quando o desvio está mais compensado podemos adiar a cirurgia até por volta dos 3 a 4 anos”, comenta a médica.

Nestes casos, a criança precisa ser acompanhada pelo oftalmopediatra para avaliações frequentes até que a cirurgia seja marcada.

Tratamento previne outros problemas visuais

Um dos principais mitos em torno do estrabismo é que se trata de uma questão apenas estética. “O desvio ocular na infância pode causar prejuízos permanentes à visão. Uma das principais consequências da falta de tratamento do estrabismo é a ambliopia, popularmente conhecida como olho preguiçoso”, diz Dra. Marcela.

A ambliopia pode afetar o desenvolvimento da visão binocular (estereopsia) que ocorre quando o cérebro funde as duas imagens captadas pelos olhos em uma só. A visão binocular é fundamental para enxergar um campo visual maior e para dar a noção de profundidade, assim como para vermos imagens em 3D.

“Porém, em crianças com estrabismo não tratado ou ainda com um manejo não eficaz, o cérebro passa a ignorar a imagem do olho com o desvio. A expressão ‘olho preguiçoso’ retrata exatamente isso, ou seja, esse olho não é mais usado e tem seu desenvolvimento comprometido”, alerta a oftalmopediatra.

“Desta maneira, a recomendação é levar o bebê em seu primeiro ano de vida para uma avaliação oftalmológica completa. Além disso, se informar sobre o desenvolvimento visual e possíveis alterações pode colaborar para diagnosticar e tratar de forma mais precoce os problemas oculares”, finaliza Dra. Marcela.

Dra. Marcela Barreira é neuroftalmologista, é oftalmopediatra e especialista em estrabismo. A médica tem experiência em tratar a ambliopia com tampão. 

 O consultório fica em São Paulo, na região dos Jardins.

Para mais informações, ligue para (11) 3266-2768

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