Estrabismo em bebês prematuros – O que você precisa saber

Estrabismo em bebês prematuros – O que você precisa saber

O estrabismo em bebês prematuros é bastante prevalente. Segundo dados de um estudo publicado no periódico BMC Ophthalmology, a prematuridade e o baixo peso ao nascer são fatores de risco para o desenvolvimento do estrabismo. O estudo analisou a presença do desvio ocular em bebês prematuros e em bebês que nasceram a termo, ou seja, a partir de 38 semanas de gestação.

Como resultado, no grupo dos bebês a termo, a prevalência do estrabismo foi de 2%. Por outro lado, entre os prematuros de 29 a 32 semanas, a prevalência foi de 22%. Finalmente, nos bebês com menos de 28 semanas, a prevalência do estrabismo foi de 26%.

Novembro Roxo – Mês Internacional de Sensibilização para a Prematuridade 

Em homenagem ao movimento Novembro Roxo, hoje vamos entrevistar a oftalmologista infantil, Dra. Marcela Barreira, especialista em Estrabismo.

Estrabismo em bebês prematuros tem origem na imaturidade do sistema visual

A prematuridade, ou seja, nascer antes das 37 semanas de gestação, pode trazer inúmeros problemas de saúde para o bebê. Estimativas da ONG Prematuridade apontam que 1 em cada 10 bebês nasce prematuro. Outro dado alarmante é que todos os anos, mais de 15 milhões de crianças nascem antes do tempo em todo o mundo.

De acordo com Dra. Marcela, a prematuridade traz inúmeras consequências para o desenvolvimento infantil, sendo uma delas problemas visuais, com o estrabismo. “O desenvolvimento da visão inicia-se nas últimas 12 semanas de gestação e só se completa por volta dos 7 anos de idade. “Portanto, o bebê prematuro fica mais vulnerável a certas condições, como o estrabismo, devido à imaturidade do sistema visual”.

Para além disso, muitos bebês prematuros desenvolvem problemas na retina, como a retinopatia da prematuridade (ROP). Segundo as evidências científicas, a prevalência de estrabismo em bebês prematuros, que tiveram ROP, pode variar de 22 a 47%.

Ambliopia e estrabismo em bebês prematuros

O estrabismo em bebês prematuros aumenta o risco de outras condições, como a ambliopia, popularmente conhecida como “olho preguiçoso”. “Dependendo do tipo de desvio, como o estrabismo convergente, há um risco maior de a criança não desenvolver a visão binocular, por exemplo. Por isso, os prematuros precisam de acompanhamento oftalmológico desde o nascimento”, alerta Dra. Marcela.

Tipos de estrabismo em bebês prematuros

Os bebês prematuros podem desenvolver todos os tipos de desvios. Em outras palavras, o bebê pode apresentar o estrabismo convergente, divergente e o acomodativo. Do mesmo modo, o estrabismo pode aparecer já nos primeiros meses ou ainda ao longo dos primeiros anos de vida.

Diagnóstico e tratamento – O que os pais precisam saber

Conforme já citamos acima, os bebês prematuros devem ser acompanhados por um oftalmologista infantil desde o nascimento. O acompanhamento regular possibilita o diagnóstico precoce de várias doenças oculares, como o estrabismo, erros refrativos e problemas na retina.

“A detecção em fases iniciais é crucial, pois podemos aproveitar a neuroplasticidade. Em outras palavras, nos primeiros anos de vida, o cérebro tem uma maior capacidade de gerar novas conexões neurais. Dessa forma, a chance de alcançar resultados melhores com os tratamentos é maior, especialmente nos 3 primeiros anos de vida. Isso é particularmente importante para tratar a ambliopia”, comenta Dra. Marcela.

“Quanto ao estrabismo, o tratamento também deve ocorrer de forma precoce. A correção do estrabismo convergente e divergente é cirúrgica. Contudo, os desvios para dentro costumam afetar mais a visão binocular. Por esse motivo, a cirurgia costuma acontecer mais cedo, enquanto a correção do desvio para fora, especialmente na forma intermitente, pode ser feita mais tarde, até por volta dos 4 anos de idade”, aponta a oftalmologista infantil.

Finalmente, temos o estrabismo acomodativo. Nesses casos, o desvio é para dentro e ocorre quando a criança tem um grau mais alto de hipermetropia. Por outro lado, esse é único tipo de estrabismo que não tem indicação cirúrgica, já que o uso de óculos já soluciona o desvio.

Conclusão

Como vimos, o estrabismo em bebês prematuros é bastante prevalente. Embora nem todos os prematuros irão desenvolver o desvio ocular, os pais precisam estar atentos ao desenvolvimento visual dos bebês que nascem antes do tempo. Finalmente, além do teste do olhinho, feito da maternidade, é essencial que a criança seja acompanhada por um oftalmologista infantil ao longo da infância”, finaliza Dra. Marcela.

Dra. Marcela Barreira é  oftalmopediatra,  especialista em estrabismo e neuroftalmologista. 

 O consultório fica em São Paulo, na região dos Jardins.

Para mais informações, ligue para (11) 3266-2768

Matéria produzida pela jornalista Leda Maria Sangiorgio – MTB 30.714
É expressamente proibida a cópia parcial ou total do material, sob pena da Lei de Direitos Autorais, número 10.695. 

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