Estrabismo Infantil
Estrabismo – Para entender melhor o que é o estrabismo, é importante saber que o movimento de cada olho é controlado por seis músculos. São eles: o músculo reto lateral (puxa o olho para fora); o músculo reto medial (puxa o olho para dentro); o músculo reto superior (responsável pelos movimentos do olho para cima cima), músculo reto inferior (responsável pelos movimentos do olho para baixo); músculos oblíquos superior e inferior, que ajudam a estabilizar os movimentos oculares, especialmente quando olhamos para baixo e para dentro, ou fazemos movimentos com o olho para cima e para fora.
Vamos dar um exemplo: para olhar para a esquerda, o músculo reto lateral do olho esquerdo puxa-o para fora e o músculo reto do olho direito puxa-o para a direção do nariz. O estrabismo se desenvolve quando os músculos dos olhos não funcionam em sincronia, portanto os olhos não se movem juntos corretamente, levando a um desalinhamento dos eixos visuais.
Tipos de estrabismo
Embora o estrabismo mais conhecido pela população seja aquele em que o olho se desvia em direção ao nariz, existem vários tipos, como:
1- Estrabismo divergente (exotropia): é quando o olho se desvia para fora, em direção à orelha. E os quadros mais comuns são os desvios divergentes intermitentes em que hora o olho esta alinhado e hora esta desviado.
2- Estrabismo convergente (endotropia): é quando o olho se desvia para dentro, em direção ao nariz. Esses quadros podem se dividir em convergente congênito que aparece logo ao nascimento ou ate os 3 meses de vida, convergente adquirido que aparece em qualquer período da infância, sendo esse o mais raro e ainda os estrabismos acomodativos.
E o que é Estrabismo Acomodativo? Nesses casos, a criança apresenta uma hipermetropia alta e para que consiga focar os objetos com nitidez ela precisa fazer um esforço que gera um desvio convergente.
Outros tipos de estrabismo
3 – Estrabismo vertical: ocorre quando o olho se desvia para cima ou para baixo. Quando o desvio é para cima é chamado de hipertropia, quando o desvio é para baixo é chamado de hipotropia.
4 – Sindromes especiais: alguns ocorrem por uma mutação genética. Dentre elas as mais comuns são a: Sindrome de Duane e a Sindrome de Brown.
Quando o estrabismo se manifesta?
Em geral, o estrabismo se manifesta já no primeiro ano de vida. Lembrando que o desalinhamento dos olhos pode ser considerado normal devido a imaturidade visual até cerca de 4 meses de idade. Quadros de desvios constantes, que permaneçam por mais que esse período, precisam ser avaliados pelo oftalmopediatra.
O estrabismo costuma surgir nos três primeiros anos de vida, embora possa aparecer em crianças mais velhas, adolescentes e adultos. Segundo a Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica (SBOP), o estrabismo atinge de 2% a 5% das crianças e afeta ambos os sexos.
Causas
Na maioria dos casos, a causa do estrabismo não é conhecida, principalmente quando surge na infância. Estima-se que cerca de 40% das crianças com síndrome de Down têm estrabismo, que costuma aparecer em outras síndromes genéticas, como também em doenças que afetam o sistema nervoso central. Bebês que nascem prematuros têm mais predisposição para apresentar o quadro.
Já nos adultos, em geral, o estrabismo está ligado a doenças neurológicas ou vasculares, como diabetes, hipertensão arterial, doenças da tireoide e tumores cerebrais. Também pode ser consequência de problemas oculares, como cataratas e erros refrativos (miopia, astigmatismo e hipermetropia).
Importância de se tratar
O estrabismo não é uma questão meramente estética. Nos primeiros anos de vida, se não tratado, pode causar prejuízos permanentes para visão, levando à ambliopia, popularmente conhecida como olho preguiçoso. Isso significa que a criança terá perda da capacidade visual do olho não afetado para sempre. Já no adulto, a consequência pode ser a diplopia e confusão de imagens, incapacitando-o a ver imagens em 3D, por exemplo.
Tratamento
O tratamento de estrabismo deve ser individualizado. Uso de lentes nos casos acomodativos e tampões quando existe ambliopia são recursos importantes para tratar os déficits visuais. Entretanto, de modo geral, o tratamento para corrigir o desvio é cirúrgico ou com aplicação de toxina botulínica, técnicas que apresentam excelentes resultados.
CONHEÇA MAIS SOBRE MINHAS OUTRAS ESPECIALIDADES COMO OFTALMOLOGISTA: