Quando levar a criança ao oftalmopediatra tem sido um questionamento constante no último mês. O motivo foi a revelação de Thiago Leifert, jornalista e apresentador, a respeito do diagnóstico de retinoblastoma de sua filha.
O assunto se tornou comum entre pais e mães, que passaram a se perguntar quando levar a criança para uma consulta com o oftalmopediatra.
Consulta com o oftalmopediatra: prevenção ou promoção da saúde?
Infelizmente, no Brasil não há uma cultura de promoção da saúde. Em outras palavras, as pessoas costumam procurar o médico quando a doença já está instalada.
Em relação às crianças, a preocupação inicial dos pais quando o bebê nasce é o ganho de peso, a exclusão de doenças congênitas, o crescimento e o desenvolvimento.
O acompanhamento costuma ser com o pediatra, que embora seja o médico que irá cuidar da criança ao longo da infância, é um médico generalista. Isso quer dizer que pode ser mais difícil que esse profissional perceba ou consiga diagnosticar os problemas oculares que demandam o olhar do oftalmopediatra.
Teste do olhinho não substitui consulta com oftalmopediatra
Outro fator que pode confundir os pais a respeito da saúde visual é que na maternidade é realizado o teste do reflexo vermelho, mais conhecido como ‘teste do olhinho’. Apesar da extrema importância do exame nos primeiros dias de vida, não é suficiente para detectar outras condições oculares.
Além disso, algumas doenças que afetam a visão podem se desenvolver depois ao longo dos primeiros meses. Portanto, a recomendação é levar o bebê em seu primeiro ano de vida ao oftalmopediatra para uma avaliação completa da sua saúde visual.
Quais os problemas oculares podem ser detectados ?
Você pode estar se perguntando como é possível diagnosticar problemas na visão em bebês ou crianças que não falam ou não sabem ler.
Pois saiba que o exame de vista em bebês e crianças pode ser feito mesmo sem a comunicação verbal.
História de vida
Primeiramente, o oftalmologista infantil irá entrevistar os pais para levantar a história de vida do bebê. Ele pode perguntar como foi a gravidez, o parto, os primeiros dias de vida. Outro levantamento importante é o histórico familiar de doenças oculares.
Após esse primeiro passo, o oftalmopediatra começa a fazer a avaliação da acuidade visual por meio de aparelhos e outros recursos próprios para bebês e crianças que ainda não sabem falar ou ler.
O exame de motilidade ocular visa ao diagnóstico do estrabismo, doença ocular que leva ao desvio de um dos olhos. O teste é feito com a oclusão ocular e um objeto luminoso.
Para avaliar se o bebê ou a criança tem miopia, astigmatismo ou hipermetropia, o oftalmologista infantil usa uma espécie de “régua”, chamada esquiascópio. O aparelho tem diversas lentes que mostram, com precisão, os erros refrativos.
Outro exame que é feito na primeira consulta é a fundoscopia, que avalia a retina, estrutura essencial para a visão.
Por fim, o oftalmologista infantil também irá avaliar as pálpebras e as outras estruturas do olho para se certificar que está tudo dentro do esperado.
Como você viu, a consulta com oftalmopediatra deve ser feita nos primeiros meses de vida do bebê, ou, no máximo, nos dois primeiros anos.
Vale ressaltar que quando há histórico de doenças oculares na família, como glaucoma, miopia e ceratocone, por exemplo, a consulta com o oftalmopediatra deve ser feita o quanto antes.
Após essa primeira avaliação, o ideal é criar rotinas anuais periódicas de consultas com o oftalmopediatra, principalmente quando a criança entra na escola e começa a ser alfabetizada.
Lembre-se: A visão infantil é essencial para o desenvolvimento e aprendizagem. Leve seu filho para uma consulta com o oftalmopediatra nos primeiros meses de vida.
A Dra. Marcela Barreira é oftalmopediatra, especialista em estrabismo.
A médica atende em sua clínica nos Jardins, na cidade de São Paulo.
Para mais informações, ligue para (11) 3266-2768.
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