A consulta com o oftalmologista infantil deve ser anual, principalmente em crianças na fase pré-escolar (2 aos 6 anos) e escolar, a partir dos 6 anos.
O início das aulas está próximo e esse é o momento perfeito para levar a criança para uma consulta oftalmológica de rotina. Para falar mais sobre a importância dos cuidados com a visão na infância, hoje vamos entrevistar a oftalmologista infantil, Dra. Marcela Barreira, especialista em estrabismo e Chefe do Serviço de Neuroftalmologia do Banco de Olhos de Sorocaba (BOS).
Visão é essencial para o desenvolvimento infantil
Primeiramente, é importante entender que a visão é um dos sentidos mais importantes do corpo humano, sendo crucial para o desenvolvimento infantil. Portanto, qualquer condição que prejudique o sistema visual pode resultar em problemas e atrasos no desenvolvimento da fala, motor, cognitivo etc.
“Para além dos atrasos no desenvolvimento global da criança, uma vez que a visão se desenvolve fora do útero e se completa por volta dos 7 anos de idade, as patologias oculares na infância podem acarretar problemas mais sérios na visão. Outro ponto é que os tratamentos e intervenções precisam ser feitos ainda na infância, dentro da janela de oportunidade (entre os 2 e 4 anos) para atingir melhores resultados”, explica Dra. Marcela.
Quando realizar a primeira consulta oftalmológica
A recomendação é levar o bebê em seu primeiro ano de vida para uma consulta com o oftalmologista infantil. Naturalmente, se o bebê apresenta alguma doença ocular congênita, detectada nos primeiros dias ou meses de vida, o acompanhamento será diferente.
“Sendo assim, quando nenhum problema visual é detectado na primeira consulta, o acompanhamento de rotina pode ser anual. Por outro lado, se houver diagnóstico de condições como estrabismo, miopia e outros problemas de visão, o acompanhamento deve ter com mais regularidade”, aponta Dra. Marcela.
Consulta com o oftalmologista infantil é crucial para o processo de aprendizagem
Segundo uma pesquisa realizada pela International Agency for Prevention of Blindness (IAPB) a baixa acuidade visual afeta por volta de 5,5% das crianças em idade escolar. Em 80% dos casos, basta o uso de óculos para corrigir o problema. Portanto, quando a criança entra na escola, torna-se imprescindível passar em consulta com o oftalmologista infantil.
“Muitas crianças possuem erros refrativos que só são descobertos, justamente, na fase pré-escolar ou escolar. O diagnóstico, normalmente, acontece em ocasiões em que a criança começa a apresentar problemas de aprendizagem, atrasos escolares e dificuldades motoras durante as aulas de educação física, por exemplo.
Sinais de problemas na visão na infância
Em geral, não há como perceber, facilmente, se a criança tem problemas na visão. Mas, os pais podem ficar atentos a alguns sinais como:
- Sensibilidade à luz
- Lacrimejamento constante
- Ficar muito próximo à TV
- Entortar o olho para dentro quando precisa usar a visão de perto
- Apertar os olhos para conseguir enxergar de longe
- Dor de cabeça, especialmente no final do dia
- Vermelhidão ocular
- Dificuldades oculares e problemas de aprendizagem
- Quedas constantes
- Dificuldades na coordenação motora
- Desinteresse por atividades de leitura e escrita
Como funciona a consulta com o oftalmologista infantil
Acima de tudo, é importante esclarecer que a consulta com o oftalmologista infantil em bebês e crianças, que ainda não falam, é perfeitamente possível. Isso porque existem aparelhos próprios para o exame visual nesse público. Por outro lado, quando a criança já fala, os exames são semelhantes àqueles feitos em adultos.
“Em conclusão, hoje há inúmeros recursos para examinar e tratar problemas de visão na infância. Dessa maneira, o mais importante é conscientizar os pais sobre a necessidade de levar a criança para uma consulta com o oftalmologista infantil, pelo menos uma vez por ano, para facilitar o diagnóstico e o tratamento, bem como para prevenir doenças oculares”, finalioza Dra. Marcela.
Dra. Marcela Barreira é oftalmopediatra, especialista em estrabismo e neuroftalmologista.
O consultório fica em São Paulo, capital.
Para mais informações, ligue para (11) 3846-0200
Matéria produzida pela jornalista Leda Maria Sangiorgio – MTB 30.714
É expressamente proibida a cópia parcial ou total do material, sob pena da Lei de Direitos Autorais, número 10.695.
Adicionar Comentário