A conjuntivite viral é uma das queixas oftalmológicas mais comuns em todo o mundo. Trata-se da inflamação da conjuntiva, tecido transparente que reveste a parte da frente do olho. Estima-se que 80% dos casos de conjuntivite são de origem viral.
Segundo Dra. Marcela Barreira, oftalmopediatra especialista em estrabismo, a conjuntivite viral é altamente contagiosa. “A transmissão da conjuntivite viral ocorre por contato direto ou indireto. A secreção produzida nos olhos durante uma crise é repleta de vírus que podem infectar superfícies e objetos, como celulares, corrimãos, lápis, copos, talheres etc. Além disso, o vírus também pode ser transmitido por tosses, espirros, abraços, beijos e aperto de mão”.
“No caso das crianças que frequentam escolas, a taxa de transmissão pode ser ainda maior devido ao tempo de convivência, espaços fechados, contato físico, compartilhamento de brinquedos e materiais escolares”, adiciona a médica.
Quais os sintomas?
Certamente a marca registrada da conjuntivite, seja ela viral ou não, é a vermelhidão ocular. Entretanto, na forma viral a doença tem sintomas específicos que podem ajudar a diferenciá-la da conjuntivite bacteriana.
“Uma das principais diferenças é que na conjuntivite viral a secreção é esbranquiçada e bastante aquosa. Na forma bacteriana a secreção é esverdeada ou amarelada, é produzida em grande quantidade e é mais espessa. Os demais sintomas podem ser parecidos como coceira, irritação, lacrimejamento, sensação de areia nos olhos, ardência e sensibilidade à luz”, adiciona Dra. Marcela.
Adenovírus é o principal agente infeccioso
Estima-se que 90% dos casos de conjuntivite viral são causados pelo adenovírus, um grupo de vírus que causam também infecções respiratórias e intestinais. Outros vírus que podem levar ao desenvolvimento de uma conjuntivite viral são o enterovírus, o vírus da herpes simples, varicela-zoster, vírus da catapora e da caxumba.
Conjuntivite viral pode ser causada pelo coronavírus?
De acordo com informações da American Academy of Ophthalmology (AAO), desde 2020 algumas pesquisas apontaram que a conjuntivite é um possível sintoma da covid-19. As manifestações oculares, portanto, não são novas. Entretanto, a conjuntivite tem sido descrita com um sintoma bastante prevalente nos casos de covid-19 causados pela nova variante Arcturus.
Diagnóstico e o tratamento
O diagnóstico da conjuntivite viral costuma ser clínico, ou seja, o oftalmologista consegue fechar o diagnóstico durante a consulta e os exames realizados no consultório. “O tratamento visa ao alívio dos sintomas, pois a infecção viral é autolimitada, ou seja, os sintomas melhoram sozinhos”, diz a médica.
Como medidas de alívio dos sintomas estão o uso de lágrimas artificias e compressas de água fria. “Em relação aos cuidados, é imprescindível que a pessoa fique isolada por volta de 10 dias para evitar a transmissão da doença. O isolamento inclui não frequentar escola, academias e nenhum outro lugar público. Dentro de casa também é preciso manter todos os objetos de uso pessoal bem higienizados. A resolução completa da conjuntivite viral pode levar de 14 a 30 dias”, finaliza Dra. Marcela.
Como prevenir?
- Mantenha as mãos sempre limpas e higienizadas e evite levá-las aos olhos
- Não compartilhe objetos pessoais como maquiagem, toalhas, fronhas etc.
- Evite contato com pessoas que estejam contaminadas
Na presença dos sintomas como vermelhidão intensa, sensação de areia nos olhos e acúmulo de secreção é fundamental procurar o oftalmologista. Outro alerta importante é que não se deve usar colírios ou outros medicamentos nos olhos por conta própria.
Dra. Marcela Barreira é neuroftalmologista, é oftalmopediatra e especialista em estrabismo. A médica tem experiência em tratar a ambliopia com tampão.
O consultório fica em São Paulo, na região dos Jardins.
Para mais informações, ligue para (11) 3266-2768
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