A cirurgia de estrabismo pode ser feita em bebês e em crianças pequenas. Porém, há indicações bastante específicas para a correção do desvio ocular de forma precoce.
O que é estrabismo?
O estrabismo é o nome que se dá ao desalinhamento dos eixos visuais. Esse desvio pode ocorrer para dentro, para fora, para cima e para baixo. Cada desalinhamento recebe um nome.
Todos os desvios ocorrem quando os músculos oculares não funcionam em sincronia. Os estrabismos mais conhecidos são o estrabismo convergente (para dentro) e o estrabismo divergente (para fora).
A cirurgia pode ser feita em bebês?
Segundo Dra. Marcela Barreira, oftalmopediatra especialista em estrabismo, primeiramente é preciso entender que as indicações cirúrgicas e o momento mais apropriado para a cirurgia do estrabismo variam bastante, de acordo com o tipo de estrabismo que a criança ou o bebê apresenta.
“Independentemente do tipo de estrabismo, o diagnóstico e o tratamento precoces aumentam muito a chance de um desenvolvimento da visão binocular mais próximo do normal, por exemplo. Contudo, alguns estrabismos congênitos acarretam na impossibilidade de desenvolver a binocularidade, sendo que não é possível restaurá-la na cirurgia”, comenta a médica.
Agora vamos falar um pouco mais sobre as indicações da cirurgia de estrabismo em crianças e bebês
Estrabismo convergente
O estrabismo convergente é aquele em que o olho se desvia para dentro, em direção ao nariz. É o tipo mais prevalente em bebês e crianças. Além disso, pode ser congênito, ou seja, o bebê já nasce com o desalinhamento visual.
Os casos de estrabismo convergente congênito podem ter indicação para correção cirúrgica de forma mais precoce. Em geral, as cirurgias são feitas entre 10 e 18 meses. “Alguns oftalmopediatras decidem corrigir o estrabismo até por volta dos 6 meses de vida, na tentativa de recuperar, mesmo que seja um pouco, a visão binocular”, aponta Dra. Marcela.
Por que a pressa em fazer a cirurgia de estrabismo em bebês?
A correção precoce do estrabismo nos casos congênitos, principalmente, é feita para minimizar a possibilidade de a criança desenvolver a ambliopia, mais conhecida por olho preguiçoso.
Dra. Marcela alerta para os casos de estrabismos convergentes que surgem após o primeiro ano de idade. “É importante os pais saberem que o desvio do olho para dentro pode estar relacionado à hipermetropia. Nesses casos, se chama estrabismo acomodativo e é resolvido com o uso de óculos. Portanto, é o único tipo de estrabismo que não precisa ser corrigido de forma cirúrgica”.
Estrabismo divergente em bebês: quando operar
O estrabismo divergente intermitente (desvio do olho para fora) não tem indicação de cirurgia precoce. Embora a cirurgia possa ser feita em bebês e em crianças menores, em geral o médico opta por esperar até por volta dos 4 anos.
A explicação é que nesse tipo de desvio, o risco de prejuízos na visão binocular é bem menor em comparação ao estrabismo convergente. De qualquer maneira, a partir do diagnóstico é preciso realizar o acompanhamento com o oftalmopediatra até o momento da cirurgia.
Por que é importante tratar o estrabismo em bebês?
Seja como for, é sempre bom enfatizar que a cirurgia de correção do estrabismo não é para melhorar a estética. O desvio ocular pode levar à perda da visão binocular e prejudica o desenvolvimento visual, que ocorre na infância. Em metade dos casos de olho preguiçoso, a causa é o estrabismo.
Portanto, a cirurgia de estrabismo pode ser feita em bebês, de acordo com o tipo de estrabismo e indicação do oftalmopediatra.
Lembre-se: Leve seu bebê ainda no primeiro ano de vida para uma consulta com um oftalmopediatra. O exame oftalmológico completo pode detectar não só o estrabismo em bebês, como diversas outras condições visuais típicas da infância.
Dra. Marcela Barreira é neuroftalmologista, é oftalmopediatra e especialista em estrabismo.
A médica atende em seu consultório em São Paulo, na região dos Jardins.
Para mais informações, ligue para (11) 3266-2768
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