A baixa visão, também chamada de visão subnormal, ocorre quando a criança apresenta 30% ou menos de visão no melhor olho, mesmo após cirurgias, correção de grau ou procedimentos clínicos.
Baixa visão em números
Estima-se que haja 19 milhões de crianças com deficiência visual ao redor do mundo, sendo que 12 milhões possuem algum erro refrativo não corrigido e 1,5 algum tipo de cegueira não reversível. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que a prevalência da baixa visão pode ser três vezes maior do que os números que se têm hoje.
Baixa visão não é cegueira
Segundo Dra. Marcela Barreira, oftalmopediatra especialista em estrabismo, é importante esclarecer que a baixa visão é diferente de cegueira. “Uma criança com baixa
visão ainda tem alguma capacidade de enxergar. A baixa visão é definida quando a acuidade visual é de 20/70 ou menos e quando o campo visual, central ou periférico, também se encontra abaixo do normal.”
Fatores de Risco
As causas da baixa visão na infância são catarata congênita, glaucoma congênito, anormalidades na retina e no nervo óptico. “Há outros problemas que podem afetar a visão como o nistagmo, erros refrativos muito elevados, traumas, albinismo e outras doenças genéticas que atingem o sistema visual. Muitas dessas condições são irreversíveis e progressivas. Mas boa parte é tratável, como os erros refrativos, por exemplo”, aponta a especialista.
Sinais de baixa visão
Algumas doenças oculares que causam baixa visão já estão presentes desde o nascimento e podem ser detectadas pelo teste do reflexo vermelho. Portanto, os pais terão ciência de que essa criança pode apresentar baixa visão ou evoluir para a cegueira.
Por outro lado, o diagnóstico da baixa visão por outras causas, como os erros refrativos, pode ser mais tardio.
“Os pais podem prestar atenção a alguns sinais como quedas e batidas em móveis, paredes e portas. Dificuldades para subir e descer escadas, com quedas frequentes, falta de destreza para brincar com bolas, brinquedos de montar, dificuldade para ler, escrever e demais atividades do dia a dia da criança que demandem a visão”, alerta Dra. Marcela.
Intervenção precoce é fundamental
O desenvolvimento visual ocorre fora do útero e se completa por volta dos sete anos. Portanto, quando a baixa visão é diagnosticada cedo, antes dessa idade, é possível usar recursos terapêuticos nessa fase para permitir que a criança possa desenvolver suas habilidades e potencial da melhor maneira possível, dentro das possibilidades existentes.
Normalmente, além do tratamento com o oftalmologista, a criança será acompanhada por uma equipe multidisciplinar com fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e educadores especializados em problemas visuais.
O tratamento é voltado para impedir a progressão da doença, quando isso é possível ou para tratar a condição. Os profissionais ajudam os pais e a criança a encontrar novas maneiras de realizar as tarefas da vida diária.
“Para isso, o médico pode usar recursos para melhorar ao máximo a função visual e, com isso, permitir que a criança possa frequentar a escola, praticar esportes, brincar e realizar as atividades da vida diária de forma autônoma ou com o mínimo de ajuda possível”, aponta Dra. Marcela.
Importância da primeira consulta com o oftalmopediatra
Recomenda-se que os pais levem o bebê ao oftalmopediatra nos primeiros meses de vida, mesmo que a criança tenha passado pelo teste do reflexo vermelho.
“Apesar de sua importância, o teste do olhinho não diagnostica todos os problemas oftalmológicos que existem. Por isso, é imprescindível que o bebê seja avaliado pelo oftalmopediatra que irá realizar diversos exames e pode, dessa maneira, diagnosticar e tratar de forma precoce doenças oculares na infância”, finaliza Dra. Marcela.
Dra. Marcela Barreira é neuroftalmologista, é oftalmopediatra e especialista em estrabismo.
A médica atende em seu consultório em São Paulo, na região dos Jardins.
Para mais informações, ligue para (11) 3266-2768
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