A aprendizagem está diretamente ligada a uma boa visão. Portanto, problemas de visão afetam o desempenho escolar
Volta às aulas é momento ideal para levar a criança ao oftalmopediatra
Finalmente, depois de quase dois anos, as crianças poderão frequentar as aulas presenciais. Contudo, para um ano escolar produtivo e um processo de aprendizagem adequado, é preciso levar em consideração a saúde visual da criança. Isso mesmo, a visão tem um papel fundamental no aprendizado!
Segundo a oftalmopediatra Dra. Marcela Barreira, a visão é um processo que envolve as informações sensoriais e motoras geradas pelo cérebro e pelo corpo. “O sistema visual participa, de forma significativa, na maneira como processamos as informações. Portanto, a visão é fator essencial no aprendizado”.
“Uma boa visão vai muito além de ver objetos de forma nítida. Há processos que envolvem a coordenação dos músculos oculares para que os eixos visuais apontem para a mesma direção; existe a visão de profundidade, a visão periférica, a visão de perto, a visão de longe, a visão noturna, a forma como vemos as cores, o funcionamento das pálpebras etc.”, explica Dra. Marcela.
Para avaliar todos os aspectos da visão da criança, os pais devem procurar um oftalmologista, preferencialmente no primeiro ano de vida. Após essa primeira consulta, o ideal é repetir o exame na idade pré-escolar e escolar.
Falta de percepção
O atraso no diagnóstico de problemas visuais tem relação com a falta de percepção da criança sobre sua própria visão, principalmente abaixo dos 3 anos. “Uma criança muito nova não irá notar que não enxerga muito bem ou que sua visão está embaçada. O mundo dos pequenos é de perto e eles não têm referência do que é uma boa visão”, explica Dra. Marcela.
Isso explica por que a maioria dos diagnósticos de erros refrativos, como a miopia e a hipermetropia, por exemplo, ocorre na idade pré-escolar ou escolar. De acordo com a International Agency for Prevention of Blindness (IAPB) a baixa acuidade visual afeta por volta de 5,5% das crianças em idade escolar. Em 80% dos casos, basta o uso de óculos para corrigir o problema.
Visão na sala de aula
Quando a criança vai para escola, tudo muda! Todas as habilidades visuais serão exigidas e, com isso, podem surgir as manifestações dos problemas oculares.
“Na sala de aula, a criança vai precisar copiar as tarefas da lousa, usar o caderno, enxergar de perto e de longe, realizar as aulas de educação física sincronizando os movimentos físicos com os oculares etc.”, cita Dra. Marcela.
“Quando a criança tem alguma condição ocular não diagnosticada e não tratada, pode apresentar algumas queixas, principalmente após as aulas. Entre os sintomas mais comuns estão dor de cabeça, tontura, enjoo, ardência, vermelhidão e coceira nos olhos”, aponta a médica.
Os pais também devem ficar atentos quando a criança franze a testa, apresenta sensibilidade à luz, quando pisca com muita frequência e quando tampa um dos olhos com a mão.
Outra recomendação para os pais é avaliar se os problemas de aprendizagem não estão ligados a algum problema ocular. “Em alguns casos, a criança pode não apresentar sinais ou sintomas tão evidentes. Mas, sempre que a criança estiver com dificuldades na escola, é bom se certificar se há algum problema visual”, finaliza Dra. Marcela.
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