A anestesia geral na cirurgia de estrabismo em crianças costuma causar bastante receio nos pais. Isto porque, normalmente, a anestesia usada é a geral. Contudo, desde que a anestesia seja feita por um médico especialista em anestesiologia, é um procedimento muito seguro.
Segundo Dra. Marcela Barreira, oftalmopediatra especialista em estrabismo, para bebês e crianças a melhor anestesia é geral. “É fundamental esclarecer para os pais que a anestesia geral não é sinônimo de gravidade. Na verdade, é a opção mais segura para controlar a dor e deixar a criança imóvel durante a cirurgia. Além disto, a recuperação é mais tranquila, com mínimos efeitos adversos”.
“O anestesiologista costuma fazer parte da equipe que realiza a cirurgia de estrabismo. Assim que decidimos pela cirurgia, encaminhamos o paciente para o anestesiologista. Ele acompanha todo o processo antes, durante e depois da cirurgia”, diz a médica.
Procedimentos antes da anestesia da cirurgia de estrabismo
A criança que vai operar o estrabismo precisa passar por uma consulta com o anestesiologista antes da cirurgia. O médico levanta todo o histórico de saúde, bem como solicita exames pré-operatórios para avaliar a viabilidade da anestesia geral.
Preparo para a anestesia na cirurgia de estrabismo
O primeiro passo da preparação para a anestesia geral na cirurgia de estrabismo é fazer o jejum. Geralmente, o jejum é de 8 horas para alimentos sólidos. A ingestão de líquidos tem regras diferentes e deve ser orientada pelo anestesiologista. O jejum é extremamente necessário para a segurança durante a cirurgia. Isto porque durante a anestesia, os reflexos de proteção do estômago são afetados.
“Desta forma, alimentos e líquidos podem voltar pela traqueia e ir para os pulmões. A consequência disto é o desenvolvimento de uma pneumonia aspirativa. Portanto, é crucial que os pais sigam as orientações do anestesiologista quanto ao jejum”, alerta Dra. Marcela.
O passo a passo da anestesia na cirurgia do estrabismo
Normalmente, o anestesiologista costuma encontrar com a criança já na sala pré-operatória. Neste momento, há uma interação com os pais para se certificar que o preparo do jejum foi feito corretamente e que a criança se encontra apta para a cirurgia.
“Assim que a sala de cirurgia é liberada, os procedimentos anestésicos se iniciam. A boa notícia é que antes de pegar o acesso venoso para administração dos medicamentos, o médico usa um anestésico inalável, por meio de uma máscara semelhante às dos aparelhos de inalação. O gás anestésico adormece a criança e, com isso, evita que ela veja os procedimentos pré-operatórios”, conta Dra. Marcela.
Algumas crianças podem precisar da intubação orotraqueal para assegurar a respiração durante a cirurgia. Mas esta necessidade não está relacionada a condições graves. Pelo contrário, a intubação é uma medida de proteção extra. O tubo é removido assim que a cirurgia termina.
A criança permanece sob a anestesia geral até que a cirurgia seja finalizada. O anestesiologista monitora os sinais vitais da criança e controla a medicação ao longo da cirurgia. Quando o procedimento é finalizado, os anestésicos são suspensos e a criança é encaminhada para a sala de recuperação. Um dos pais pode ficar ao lado da criança na sala de recuperação até que ela desperte.
A equipe de enfermagem e o anestesiologista monitoram a criança até que tenha alta para ir para o quarto do hospital ou para a casa.
Como a criança acorda da anestesia geral
Felizmente, a maioria das crianças apresenta um despertar tranquilo após a anestesia geral. Mas, algumas podem estranhar o local, os barulhos típicos dos equipamentos de monitoramento, o acesso venoso e demais condições hospitalares. De qualquer maneira, são reações normais que podem ser controladas pelos pais e profissionais da enfermagem.
Quando a criança acorda, os pais costumam ficar preocupados em oferecer alimentos. Como a anestesia geral pode causar enjoo e até vômitos em alguns casos, o ideal é esperar a autorização da equipe. Outra recomendação é quebrar o jejum com líquidos e alimentos mais leves.
Qualquer procedimento na área de saúde tem riscos. Isso não é diferente com a anestesia geral. Contudo, em crianças saudáveis os riscos são significativamente menores do que em pacientes que apresentam doenças ou condições graves de saúde pré-existentes.
Hoje, a anestesia geral é um procedimento seguro que permite o tratamento de várias condições e doenças em bebês e crianças.
“O mais importante é conversar com o anestesiologista e tirar todas as dúvidas durante a consulta pré-operatória. Os pais precisam estar seguros e tranquilos para ajudar a criança antes, durante e depois da cirurgia”, finaliza Dra. Marcela.
Dra. Marcela Barreira é neuroftalmologista, é oftalmopediatra e especialista em estrabismo.
O consultório fica em São Paulo, na região dos Jardins.
Para mais informações, ligue para (11) 3266-2768
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