Tudo que você precisa saber a Anestesia Geral em Crianças

Tudo que você precisa saber a Anestesia Geral em Crianças

A anestesia geral em crianças é um assunto cercado de mitos!

E para quem tem filhos, nada mais assustador do que receber a notícia de que a criança vai precisar de uma cirurgia e que será usada a anestesia geral.

Por isso, é muito importante que os pais nessa situação busquem informações para ficarem mais tranquilos em relação ao procedimento.

Para ajudar esclarecer as principais dúvidas sobre a anestesia geral em crianças, convidamos o anestesiologista Dr. Hugo Ítalo Melo Barros, especializado em anestesia pediátrica. Vale ressaltar que Dr. Hugo é parceiro da Dra. Marcela Barreira atuando juntamente a ela em cirurgias de correção do estrabismo.

Confira agora as principais dúvidas sobre a anestesia geral em crianças.

1- A anestesia geral é segura?

Em primeiro lugar, é importante reforçar que, em situações controladas, a anestesia geral é um procedimento seguro, desde que realizado por um médico especialista em anestesiologia.

Para quem não sabe, a anestesiologia é uma especialidade médica que estuda e possibilita a ausência de dor e de consciência em pacientes que passam por procedimentos médicos, como cirurgias e exames diagnósticos. O foco do anestesiologista é proporcionar conforto e segurança ao paciente.

O anestesiologista acompanha o paciente antes, durante e depois da cirurgia. Durante a cirurgia, o acompanhamento se refere principalmente à aplicação dos anestésicos e à monitorização dos sinais vitais. Após a cirurgia, o anestesiologista acompanha a recuperação total do paciente e realiza um plano de tratamento para os sintomas comuns do pós-operatório.

2- Por que a anestesia geral é mais adequada para as crianças?

Dependendo da idade da criança e do tipo de cirurgia, a anestesia geral pode ser a melhor opção. Aqui vale uma ressalva para os papais e mamães: anestesia geral não é sinônimo de gravidade!

No caso da cirurgia de estrabismo, por exemplo, é necessário que a criança fique imóvel. E isso é quase impossível na população pediátrica, já que a manipulação nos olhos pode incomodar, mesmo com uso de anestésico local.

“Portanto, a anestesia geral é a opção mais segura para promover os efeitos de controle da dor, imobilidade e recuperação, com mínimos efeitos adversos na cirurgia de correção dos desvios oculares e na maioria dos procedimentos cirúrgicos pediátricos”, comenta Dr. Hugo.

3- Quais são as etapas da anestesia geral nas crianças?

A partir do momento que surge a necessidade da anestesia geral, é preciso seguir algumas etapas.

A primeira delas é uma consulta com o anestesiologista. “Nessa avaliação, o anestesista irá realizar, junto aos pais, uma ampla investigação de todo o histórico de saúde da criança e o planejamento da anestesia. Nessa consulta, os pais também têm a oportunidade de tirar todas as dúvidas sobre a anestesia”, aponta Dr. Hugo.

Caso não haja nenhuma contraindicação, a cirurgia poderá ser marcada. Normalmente, o anestesiologista se encontra com os pais no dia do procedimento, já no hospital. E a partir da internação, o especialista acompanha a criança desde a sala pré-operatória até a alta da recuperação após a cirurgia.

 4- Qual é o preparo para a anestesia geral?

O jejum, ou seja, ficar sem comer e beber, é o principal preparo para passar por uma anestesia geral. A necessidade de jejum é outra preocupação dos pais. Porém, é extremamente necessário para a segurança durante a cirurgia.

“O jejum antes de uma anestesia geral é fundamental para prevenir a aspiração gástrica. Durante a anestesia, os reflexos de proteção da deglutição e tosse estarão abolidos. Com isso, alimentos e líquidos podem voltar pelo esôfago para a boca pode ir para os pulmões causando uma pneumonia aspirativa, uma complicação muito grave e que pode ser evitada com o preparo adequado”, reforça Dr. Hugo.

No geral, é preciso fazer 8 horas de jejum para alimentos sólidos. A ingestão de líquidos tem regras diferentes e será orientada pelo anestesiologista.

5- Como é feita a anestesia geral nas crianças?

Após a internação, a criança é preparada para a cirurgia pela equipe de enfermagem e é direcionada para a sala de operação ou para a sala pré-operatória. Em ambos os casos, o anestesiologista estará presente para iniciar os procedimentos anestésicos.

Quando a criança é muito pequena e tem medo de agulhas, para evitar que a experiência seja traumática, o anestesiologista pode usar uma indução inalatória. Trata-se de uma máscara de oxigênio que exala um gás anestésico. Conforme a criança respira na máscara, ela relaxa e adormece.

Quando a criança já está adormecida, o anestesiologista vai puncionar a veia para aplicar os anestésicos que irão manter a criança dormindo durante o procedimento e bloquear os reflexos de dor.  Vale reforçar que a criança permanece anestesiada somente enquanto durar o procedimento ou a cirurgia.

O anestesiologista permanece o tempo todo na sala de cirurgia para monitorar os sinais vitais da criança e controlar as medicações. Esse monitoramento é feito por meio de aparelhos que permitem ao médico checar a frequência e o ritmo cardíacos, a pressão arterial, a temperatura, a oxigenação, entre outros parâmetros.

Quando a cirurgia termina, os anestésicos são suspensos e o efeito passa de maneira suave até que a criança desperte.

6- É necessário fazer a intubação da criança na anestesia geral?

A intubação orotraqueal é um procedimento que visa garantir a respiração adequada do paciente. O tubo é ligado em um respirador que substitui a função dos músculos respiratórios, empurrando o ar para os pulmões.

“Nem sempre a criança vai precisar da intubação durante a cirurgia. Além disso, a necessidade de intubar não está relacionada à gravidade. Na verdade, a intubação durante a anestesia geral pode ser uma medida de proteção para garantir que a criança respire bem. Tão logo a cirurgia termine, o tubo é retirado antes mesmo que a criança acorde”, explica Dr. Hugo.

7- O que acontece no pós-operatório?

Após a cirurgia, a criança é levada para a sala de recuperação pós-anestésica. Nesse momento, um dos pais pode ficar ao lado do leito até o despertar, que ocorre de forma espontânea.

A criança é monitorada o tempo todo pela equipe de enfermagem e pelo anestesiologista até que tenha alta para ir para o quarto do hospital ou para a casa.

8- Quais as reações da criança ao acordar da anestesia geral?

A maioria das crianças acorda bem, sem nenhum sintoma. Algumas podem estranhar o ambiente, os barulhos dos aparelhos de monitorização, o acesso venoso e o ambiente hospitalar como um todo. A presença dos pais nesse momento é importante para ajudar a acolher e confortar a criança.

Entretanto, podem acontecer algumas reações que são efeitos colaterais dos anestésicos utilizados. As mais comuns são: agitação, dor, náuseas ou vômitos. Felizmente, esses sintomas são, na grande maioria das vezes, fáceis de tratar com algum medicamento.

9- Quando a criança pode comer?

Assim que a criança estiver bem desperta ela já estará apta a reintroduzir a ingesta oral. Contudo, o ideal é quebrar o jejum primeiro com líquidos e alimentos mais leves.

10-Quais os riscos da anestesia geral em crianças?

Qualquer procedimento na área de saúde tem riscos. Isso não é diferente com a anestesia geral. Contudo, em crianças saudáveis os riscos são significativamente menores do que em pacientes que apresentam doenças ou condições graves de saúde pré-existentes.

Converse com seu médico

Hoje, a anestesia geral é um procedimento muito mais seguro do que há alguns anos e permite o tratamento de várias condições e doenças em bebês e crianças.

O mais importante é conversar com o anestesiologista e tirar todas as suas dúvidas durante a consulta pré-operatória.

Os pais precisam estar seguros e tranquilos para ajudar a criança antes, durante e depois da cirurgia.

Dra. Marcela Barreira é neuroftalmologista, é oftalmopediatra e especialista em estrabismo.

 A médica atende em seu consultório em São Paulo, na região dos Jardins.

Para mais informações, ligue para (11) 3266-2768

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